Putin garante que míssil que atingiu MH17 não era russo. "Claro que não"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou esta sexta-feira que o míssil que atingiu o avião da Malaysia Arlines não era russo.
"Claro que não", garantiu o presidente russo.
"Há várias versões, incluindo a de que foi um míssil do exército ucraniano. Não há nada que inspire a nossa confiança como sendo conclusões finais, e não haverá sem a nossa plena participação na investigação", disse Putin no Fórum Económico Internacional.
Os investigadores internacionais divulgaram na quinta-feira as suas conclusões, segundo as quais "o míssil Bouk-Telar que abateu o MH17 veio da 53.ª brigada antiaérea baseada em Kursk, na Rússia",
"A 53.ª brigada faz parte das forças armadas russas", acrescentou Wilbert Paulissen, da Polícia Nacional Holandesa, um dos membros da equipa que investiga o caso, numa conferência de imprensa na Holanda, referindo que as conclusões foram tiradas após análise detalhada de imagens de vídeo e fotos.
Em setembro de 2016, os investigadores internacionais já haviam concluído que o míssil tinha sido lançado da Rússia, mas não disseram quem o havia disparado
Antes desta declaração do presidente russo, os governos holandês e australiano responsabilizaram formalmente a Rússia pelo abate do voo da Malaysia Airlines (MH17) no leste da Ucrânia.
O voo MH17 saiu de Amesterdão, na Holanda, e tinha como destino Kuala Lumpur, na Malásia, quando foi atingido por um míssil sobre o leste da Ucrânia, a 17 de julho de 2014, matando todas as 298 pessoas, na sua maioria passageiros holandeses (193), malaios (43) e australianos (27).
Esta sexta-feira, um grupo de 270 familiares de vítimas da queda do avião da Malaysia Airlines (MH17) anunciou que vai levar a Rússia perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo.
O advogado Jerry Skinner, especialista em temas aeronáuticos e que há dois anos também apresentou uma queixa em representação de algumas vítimas da Malásia, Austrália e Nova Zelândia, entregará a denúncia "no máximo até 13 de junho".
Neste grupo, há familiares de mais de 100 holandeses, a nacionalidade com mais vítimas no abate do avião.
Vladimir nega que tenha sido um míssil russo a atingir o avião e volta a reivindicar a participação da Rússia na investigação internacional para aceitar as conclusões finais.
"Desde o princípio que propusemos trabalhar conjuntamente para resolver esta tragédia, mas, para nossa surpresa, não nos deixaram participar", afirmou Vladimir Putin.
Com Lusa.