Puigdemont pede novo referendo "internacionalmente reconhecido"

Conferência com o antigo presidente da Generalitat esteve para ser realizada no Parlamento Europeu
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O antigo presidente da Generalitat da Catalunha apelou esta segunda-feira à realização de um novo referendo "aceite e reconhecido", para avançar pela via do "diálogo".

Carles Puigdemont pediu ao governo espanhol, à União Europeia e à comunidade internacional que reconheçam a realização de um novo referendo, com vista a encontrar uma "solução política, baseada no dialogo e negociação".

"Dois anos passados, apesar da censura imposta pelo senhor Tajani aos dois últimos presidentes da Catalunha, estamos a apelar ao estado espanhol outra vez, por uma solução política, baseada no dialogo e negociação", apelou o autoproclamado presidente no exílio, tendo proposto que se faça um referendo semelhante ao realizado em 2014, na Escócia.

"A proposta é muito simples, um referendo sobre a autodeterminação, aceite e internacionalmente reconhecido", defendeu Puigdemont, a falar numa sala de um dos mais luxuosos hotéis, da emblemática Avenue Louise, no centro de Bruxelas.

A conferência de Carles Puigdemont, - com a temática "Catalunha e o julgamento sobre o referendo: Um desafio para a União Europeia"-, esteve prevista para Parlamento Europeu. Puigdemont e o actual presidente da Generalitat, Quim Torra tinham sido convidado, pelo eurodeputado nacionalista flamengo Ralph Packet e pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Ivo Vajgl.

Mas o Parlamento Europeu acabou por anunciar, ainda na sexta-feira, a interdição da conferência de Torra e Puigdemont, alegando que não havia condições para garantir segurança, uma vez que a presença do antigo presidente da Catalunha levantava o "risco elevado" de constituir uma "ameaça para a manutenção da ordem pública nas instalações do Parlamento".

Por sua vez, o actual presidente da Generalitat, Quim Torra não poupou na crítica ao presidente do Parlamento europeu, afirmando que "no lugar de defensor dos direitos de todos os europeus, Tajani converteu o Parlamento Europeu numa marioneta dos partidos da direita espanhola e do senhor Borrell, o ministro dos Assuntos Exteriores, que está sempre contra o diálogo com a Catalunha".

"É uma vergonha para a Europa", disse ainda Quim Torra, referindo-se também ao julgamento de antigos membros do governo da Catalunha, acusados de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência que começou há uma semana, em Madrid, com penas de 25 anos, pedidas pelo ministério público espanhol.

Carles Puigdemont foi muito crítico, considerando que "o simples facto deste julgamento acontecer é uma vergonha para Espanha e, portanto, para a totalidade da União Europeia, na qual as suas instituições escolheram permanecer em silêncio, enquanto enfrentam essa situação vergonhosa, em que a democracia está ameaçada".

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