PSP defende-se e explica incidentes do V. Guimarães-Benfica

Liga já pediu "averiguação". Desacatos fizeram 9 feridos entre os agentes policiais
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A Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu, esta segunda-feira, um comunicado sobre os desacatos que ocorreram no V. Guimarães-Benfica. Por volta do quarto minuto do encontro, inclusivamente, várias pessoas entraram em campo. O jogou ficou interrompido durante alguns minutos. A força policial defende-se e diz que cumpriu "as suas obrigações e responsabilidades em matéria de segurança pública". O comunicado surge depois de ter surgido vozes críticas relativamente à atuação policial, sendo uma das quais a de Júlio Mendes, presidente do clube minhoto.

"No decurso do policiamento, a PSP sinalizou, perto das 16H30, a deslocação para o estádio de um grupo de cerca de 500 adeptos afetos ao SLB, pelo que de imediato procurou enquadrá-los e acompanhá-los no seu percurso", começa por afirmar a PSP.

Depois, explica que a chegada dos adeptos perto do estádio do V. Guimarães "resultou na reação de um grupo de simpatizantes do VSC, que se encontravam nas imediações, arremessando pedras e garrafas de vidro na direção dos agentes policiais que, entretanto, se colocavam de modo a evitar o confronto entre os adeptos dos dois clubes".

"Em simultâneo, nas portas de acesso à bancada sul, diversos adeptos do VSC procuraram forçar violentamente a saída do estádio, arremessando pedras, garrafas e mesmo lages de betão contra polícias e assistentes de recinto desportivo, o que resultou em 9 feridos entre os agentes policiais e obrigou à intervenção para reposição da ordem", acrescenta o comunicado.

A confusão instalada, juntamente com a "deflagração de vários artifícios pirotécnicos", terá feito os espectadores que se encontravam naquele zona do estádio deslocarem-se na direção do relvado, "na tentativa de se afastarem".

"A intervenção policial ocorreu apenas no exterior e teve por objetivo manter a distância entre os adeptos e evitar o confronto direto entre estes. Neste contexto, nos termos das responsabilidades legais previstas para todos os intervenientes nos espetáculos desportivos, a Policia de Segurança Pública, e em particular o Comando Distrital da PSP de Braga cumpriram as suas obrigações e responsabilidades em matéria de segurança pública", conclui a PSP.

Presidente do V. Guimarães diz que paga "dezenas de milhares de euros" às autoridades

Sobre os incidentes, Júlio Mendes, líder vimaranense, frisou que o caso não é inédito no recinto vitoriano - em setembro de 2014, num jogo com o FC Porto, adeptos instalados na mesma zona entraram no relvado após terem sido disparadas balas de borracha pela polícia na zona - e que homens, mulheres e crianças entrarem conjuntamente no relvado não é normal e "não pode voltar a acontecer".

"Vamos fazer o rescaldo, vamos querer ver as imagens e aquilo que nós acreditamos num Estado de Direito é que sejam capazes de nos darem respostas àquilo que está aqui a acontecer", reiterou no final do jogo, que os 'encarnados' venceram por 3-1.

O dirigente lembrou que pugna há muito tempo pela alteração no modelo de policiamento nos jogos de futebol, realçando a disparidade entre "jogos que são garantidos pela GNR e pela PSP", jogos que "custam mais dinheiro" e "outros menos dinheiro", e jogos que "têm mais efetivos" e outros menos.

Apesar de recusar fazer juízos, por não ter visto as imagens, Júlio Mendes referiu que o clube paga "dezenas de milhares de euros às forças policiais para fazerem o seu trabalho" e fazê-lo "bem feito", protegendo as pessoas de "situações de pânico" como as que se viram.

Questionado sobre a carga policial ter sido o resultado de algumas grades de segurança que adeptos do Vitória empurraram na direção da polícia, quando grupos de adeptos do Benfica seguiam para a bancada norte, o responsável disse que um estádio e uma via pública são "espaços físicos diferentes" e requerem posturas diferentes.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou no domingo ter solicitado um "processo de averiguações" aos incidentes.

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