PSD/Setúbal contesta fim da concessão do transporte ferroviário à Fertagus
"O PS, o PCP e o BE querem destruir um serviço que, apesar de os passes não serem baratos e poder ser sempre melhorado, executa a sua missão com qualidade. Cumpre os horários, não está sempre parado por greves e plenários de trabalhadores, garantido o serviço que é esperado pelos seus utentes", disse em comunicado o deputado e presidente da distrital de Setúbal do PSD, Bruno Vitorino.
A Fertagus assegura a ligação ferroviária entre a Margem Sul e Lisboa, atravessando a Ponte 25 de Abril, num percurso de 57 minutos entre Setúbal e Roma-Areeiro.
Segundo o deputado, a empresa privada "é uma mais-valia para a região de Setúbal, sobretudo ao nível da eficiência do serviço prestado e à satisfação dos seus utilizadores".
A Fertagus é responsável por "cerca de 70 mil deslocações" e o Índice Global de Satisfação dos clientes "atinge 4,5 numa escala de um a cinco", indicou o comunicado.
De acordo com o mesmo documento, 46% dos utilizadores consideram ganhar mais flexibilidade, 44% viajam com maior serenidade, enquanto 35% consideram dispor de mais tempo livre.
"Não deixa de ser caricato que esta pretensão surja numa altura em que a qualidade dos serviços públicos nunca esteve tão má. A Soflusa/Transtejo, a CP e o Metro nunca funcionaram tão mal como nestes últimos anos de governo do PS, BE e PCP. Há falta de verbas para o seu normal funcionamento, para contratar mais pessoal e para a manutenção de frota e material circulante", apontou o responsável do PSD.
A posição do partido de direita é que a Fertagus continue "a fazer parte do futuro do transporte público de passageiros" e que mantenha "o processo de afirmação enquanto alternativa de qualidade aos restantes agentes de mobilidade da Península de Setúbal".
O contrato de concessão com a Fertagus termina em 2019 e a Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul criou um manifesto que exige o fim desta Parceria Público-Privada e a integração da empresa na CP.
A comissão defende que, assim, o Estado passaria a beneficiar das receitas em vez da Fertagus - que utiliza comboios, linhas e estações ferroviárias públicas -, os utilizadores teriam tarifas mais reduzidas e os trabalhadores melhoravam os seus direitos e qualidade de vida.
A iniciativa reúne o apoio de 200 entidades, entre as quais comissões de utentes, sindicatos, autarquias e personalidades da cultura, música e desporto.
O documento foi entregue, a 17 de julho, na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, ao vice-presidente da Assembleia da República Jorge Lacão e aos grupos parlamentares.
Na ocasião, um dos membros da comissão, Marco Sargento, disse à agência Lusa que "o Governo assumiu estar a analisar este assunto", mas ainda não tinha "uma decisão tomada".