PSD Lisboa já admite coligação, mas exige a Passos uma decisão rápida
Desde sempre contrária a uma coligação pré-eleitoral com o CDS, a concelhia de Lisboa do PSD já admite "todos os cenários". Quer é uma "tomada de decisão rápida" na escolha do candidato à câmara da capital.
Numa moção aprovada pela comissão política concelhia, que reuniu na noite da última quarta-feira, os sociais-democratas da capital consideram que "após a decisão de não candidatura de Pedro Santana Lopes, urge agora avaliar todos os cenários". Uma expressão que contrasta com a oposição cerrada que a estrutura concelhia tem manifestado à hipótese de um acordo pré-eleitoral com o CDS - que avançou já com a candidatura da presidente do partido, Assunção Cristas, a Lisboa. O documento não deixa de sublinhar que a estratégia traçada para Lisboa não contempla coligações prévias às autárquicas, e lembra também que foi com esta posição que a concelhia foi eleita. Mas não fecha a porta a outras soluções.
A concelhia liderada por Mauro Xavier pressiona agora, sobretudo, o timing da decisão, que está nas mãos de Pedro Passos Coelho, defendendo "uma solução" que tenha como grande objetivo "apresentar uma candidatura que granjeie um apoio maioritário dos lisboetas nas eleições autárquicas de 2017". O texto foi colocado no Facebook do líder da concelhia, com um preâmbulo: "Diz a sabedoria popular que manda quem pode e obedece quem deve. Assim será! Cabe ao Presidente do PSD escolher a melhor solução."
A moção, aprovada por unanimidade, lembra que o PSD esteve por três vezes à frente dos destinos da capital e sempre em situações diferentes: primeiro apoiando Nuno Krus Abecassis, no âmbito da Aliança Democrática firmada com o CDS; depois, já em 2001, com Pedro Santana Lopes; e, em 2005, com o independente Carmona Rodrigues. Um percurso histórico lembrado para concluir que "em matéria autárquica o PSD não vive de dogmas partidários ou fundamentalismos ideológicos". É neste ponto que a moção assinala aquela que tem sido a posição da concelhia lisboeta, sublinhando que "para as autárquicas de 2017 a estratégia do PSD Lisboa incidiu sobre a abertura" demonstrada por Pedro Santana Lopes (que acabou por não avançar) e que não estavam previstas coligações pré-eleitorais. Mas se a concelhia não tinha, até agora, arredado pé desta posição, abre desta vez a porta a "todos os cenários".
Moção "abriu um novo espaço"
Para Miguel Pinto Luz, presidente da distrital de Lisboa dos sociais-democratas, o texto saído da reunião da última quarta-feira vem "abrir os horizontes" face à posição "mais fechada" da concelhia da capital, dado que esta sempre insistiu na obrigatoriedade de uma candidatura própria do partido. "Abriu um novo espaço para outro tipo de solução", referiu ao DN, qualificando a posição da concelhia como uma "evolução positiva". Quanto à coligação com o CDS, o líder distrital diz que é "um dos cenários que está a ser colocado em cima da mesa".
Ontem, em entrevista ao jornal online Observador, a líder do CDS, Assunção Cristas, também falou da hipótese de uma coligação à direita em Lisboa: "Se o PSD entender juntar-se ao nosso projeto para, juntos, afastarmos Fernando Medina, ficaria muito satisfeita". E acrescentou que "há conversas com o PSD dentro do respeito dos tempos de cada partido".