Direita recorre a argumentos de Cavaco para atacar Costa

Moção de rejeição da direita já foi entregue e tem oito páginas. Direita acusa PS de não ter "prudência orçamental" e apresenta documento para "testemunho futuro".
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PSD e CDS capitalizaram os argumentos de Cavaco Silva para atacar o PS na moção de rejeição que será votada esta tarde no Parlamento. Para a direita o governo de António Costa resulta de um "aproveitamento oportunista da inexistência temporária do poder de dissolução da Assembleia da República por parte do Presidente".

Além disso, destaca a direita, Costa "não esclareceu categórica e publicamente as dúvidas que o Presidente da República colocou quanto à estabilidade e consistência do novo executivo". E concretiza as áreas em que existe essa instabilidade: "votações de confiança e censura política, estabilidade e rigor dos orçamentos e do sistema financeiro, respeito pelos compromissos internacionais de Portugal e o relevo atribuído à política de concertação social"

No texto da moção, o PSD escreve que "não seria compreensível nem desejável" que o programa de um governo que "perdeu eleições" não fosse "objeto de uma votação".

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No texto, PSD e CDS continuam a chamar ao PS "o maior partido da oposição" e destacam que os portugueses "escolheram para primeiro-ministro Passos Coelho e rejeitaram António Costa".

Na mesma moção, a direita chama ao programa de governo uma "amálgama incoerente", que significa um "posicionamento sectário e radical naquilo que há de mais concreto nos planos para a governação".

PSD e CDS denunciam a "reversão das importantes reformas estruturais feitas nos últimos quatro anos", através de "agendas ideológicas e radicais, tal como vemos logo nos primeiros dias desta legislatura", em áreas como a Educação, o Trabalho ou os transportes.

Quanto à recuperação de rendimentos, PSD e CDS denunciam que as medidas da esquerda são de "caráter eleitoralista, sem prudência orçamental", recusando o que é "certo e viável".

No mesmo texto, a direita pega na expressão de António Costa, de virar a página da austeridade para dizer: "Percebemos que não se trata de virar para a página seguinte, mas antes para a página anterior".

PSD e CDS acusam o PS de aumentar a despesa pública e denuncia que a revogação de algumas medidas, como a reforma do IRC, por "questões ideológicas". A direita acusa o PS de estar "num processo de radicalização em curso, com consequências para o sistema político". Isto porque, acreditam as bancadas de PSD e CDS, o programa do PS tem "um conjunto de opções programáticas perigoso e aventureiro".

A direita destaca que, como não tem a maioria de deputados para aprovar a moção de rejeição, esta "adquire valor político de testemunho clareza e registo para o futuro".

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