A maioria parlamentar PSD/CDS-PP aprovou hoje, na especialidade, o quociente familiar, que considera todos os elementos do agregado familiar no apuramento do rendimento coletável em sede de IRS, medida considerada uma "linha vermelha" para o PS. .Com os votos contra do PS e a abstenção do BE e do PCP, os deputados do PSD e do CDS-PP aprovaram hoje o artigo do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que introduz uma ponderação de 0,3 por cada dependente ou ascendente a cargo do agregado familiar (o quociente familiar), substituindo o quociente conjugal, o regime atualmente em vigor, que considera apenas os sujeitos passivos na contabilização do rendimento coletável em sede de IRS..De acordo com a proposta de alteração do PSD e do CDS-PP agora aprovada e que recupera em grande parte a proposta do Governo, aos casais que optem pela tributação conjunta é atribuída uma ponderação de 0,3 por cada dependente e ascendente, a qual é de 0,15 no caso dos que optem pela tributação separada..No entanto, são impostos limites à redução da coleta resultante da aplicação do novo quociente, que, no caso da tributação separada, não pode ser superior a 300 euros nos agregados com um dependente ou ascendente, a 625 nos agregados com dois dependentes ou ascendentes e a 1.000 euros nos agregados com três ou mais dependentes ou ascendentes..Se a opção for pela tributação conjunta, a redução à coleta não pode ser superior a 600 euros nos agregados com um dependente ou ascendente, a 1.250 euros nos agregados com dois dependentes ou ascendentes e a 2.000 euros nos agregados com três ou mais dependentes..O quociente familiar foi uma alteração defendida pelo Governo e pela maioria parlamentar, que o PS definiu como "linha vermelha", afirmando que, se a proposta não recuasse, votaria contra esta reforma do IRS. .Em alternativa, os socialistas propunham a substituição do quociente familiar por deduções à coleta fixas por cada dependente e ascendente (de 500 euros em cada caso), proposta que foi rejeitada com os votos desfavoráveis do PSD e do CDS-PP e abstenções do PCP e do BE..Durante o debate desta medida, os deputados trocaram argumentos sobre "o valor fiscal de um filho", com o deputado socialista Vieira da Silva a sublinhar que "a redução de impostos pagos é maior para as famílias com mais rendimentos do que para as famílias com rendimentos menores" e a defender um "modelo em que todas as crianças tivessem o mesmo valor fiscal". .Os deputados da maioria recusaram os argumentos do PS, com a deputada do CDS-PP Vera Rodrigues a considerar que a proposta socialista de introdução de deduções fixas por cada dependente teria um benefício menor do que a proposta do Governo. .Já PCP e Bloco de Esquerda insistiram na redução da carga fiscal, exigindo a eliminação da sobretaxa extraordinária de 3,5% e a diminuição da taxa de imposto nos escalões mais baixos e intermédios.