PSD aponta o dedo ao "salazarismo mais bafiento" da nova maioria
Foi um discurso duro e carregado de remoques à maioria de esquerda. A deputada do PSD Paula Teixeira da Cruz alertou que os sociais-democratas não vão deixar de fazer "oposição forte, mas responsável", denunciando pelo caminho todas as situações que considere "intoleráveis". E subiu o tom quando para criticar quem acusa PSD e CDS de serem "traidores da pátria" por discordarem da estratégia financeira do atual executivo.
"Quando as discordâncias em matéria financeira levam a acusações de que os partidos da oposição se bandearam com as instituições europeias e que são os novos traidores à pátria, o odor a salazarismo mais bafiento e o ridículo mais agudo abatem-se sobre quem faz tais afirmações, que são uma negação de uma democracia convivial, tolerante e inclusiva", afirmou Teixeira da Cruz, ouvindo-se alguma contestação no hemiciclo.
Ora, na intervenção na sessão comemorativa do 42.º aniversário da Revolução dos Cravos, a ex-ministra chamou a atenção para a "arrogância no exercício do poder", bem como para os "contorcionismos que o poder e os seus aliados" - referindo-se ao PS, BE, PCP e PEV - faz para "dar um aspeto de normalidade a uma situação que nada tem de normal".
Apontando o dedo aos demagogos, moralistas, aos radicalismos de qualquer espécie, aos detentores das verdades, aos deslumbrados com o poder e aos extremismos, Teixeira da Cruz considerou que "mais uma vez se apostou na ilusão de ganhos de curto prazo" e alertou para os "riscos internos e externos" que a estratégia do governo poderá implicar.