"Este orçamento retificativo é confirmatório da má política orçamental do governo. Não terá outro voto que não o voto contra", afirmou hoje Eurico Brilhante Dias, em reação na sede do PS aos dados do orçamento retificativo apresentados hoje pela ministra das Finanças..O membro do Secretariado Nacional do PS destacou que as dúvidas apresentadas por Maria Luís Albuquerque -- quanto ao BES, à privatização dos transportes públicos e ao programa de rescisões -- levam o PS a lançar a pergunta: "está o governo a preparar o terceiro retificativo?".."Perante tantas dúvidas, com expressão tão significativa nas contas públicas, e com tantas dúvidas que foram apresentadas pela ministra de Estado e das Finanças, a única pergunta que fica é: está o governo a preparar o terceiro orçamento retificativo do ano?", atirou Brilhante Dias..O Governo anunciou que o orçamento retificativo contempla uma revisão do cenário macroeconómico para 2014 com impacto positivo nas contas públicas, como o ajustamento em baixa da taxa de desemprego e em alta do crescimento da economia..A ministra das Finanças anunciou que a perspetiva do Governo é que a taxa de desemprego se fixe nos 14,2% e que a economia cresça 1% este ano. A receita fiscal e a receita da Segurança Social também são revistas, prevendo-se agora que aumentem 0,7% e 0,3% do PIB, respetivamente..Para o socialista, a taxa de desemprego "tem vindo a cair por causa do emprego público, ou financiado através de fundos públicos, como é o caso dos estágios profissionais" para além dos "muitos portugueses [que] têm abandonado o país para procurar a sua sorte noutros destinos"..Brilhante Dias realçou que "o orçamento retificativo apresentado não retifica a política orçamental errada deste Governo", acrescentando que "o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) apresentado ainda em abril deste ano, a 30 de abril deste ano, é um documento morto"..Ainda sobre o retificativo, disse ser "apenas o documento onde o Governo responde a duas questões", nomeadamente a "violação da lei Constitucional" e as "derrapagens orçamentais significativas do lado da despesa, em particular no SNS e também no âmbito da execução orçamental das autarquias".."Contudo, para os portugueses lá em casa, ficam mais cortes. E cortes que serão não mais que a reposição daquilo que estava em vigor a 31 de dezembro de 2013", criticou, lembrando que "em bom rigor, os funcionários públicos e os pensionistas vão ter cortes nas suas pensões e nos seus salários".