Durante o Congresso do PSD, que hoje terminou em Mafra, o candidato à liderança social democrata Pedro Passos Coelho pediu o adiamento da votação do projecto de resolução sobre o PEC por duas semanas, para que este diploma fosse objecto de apreciação por parte da nova liderança social democrata..Já outro dos candidatos à presidência do PSD, Paulo Rangel, apelou ao PS para que retire o seu projecto de resolução, alegando que o PEC não tem que ser objecto de votação antes de ser entregue em Bruxelas..O PEC será entregue segunda feira pelo Governo na Assembleia da República, sendo discutido em plenário no dia 25, sessão em que também será votado o projecto de resolução do PS..Em conferência de imprensa, o dirigente socialista Vitalino Canas disse que o agendamento para dia 25 "teve o consenso de todos os partidos, incluindo o próprio PSD".."Em mais uma manifestação de incoerência, o PSD quer agora suscitar a dúvida sobre a data em que o PEC deve ser discutido e se deve ser votado no Parlamento", começou por apontar o membro do Secretariado Nacional do PS..Neste contexto, Vitalino Canas referiu que "o próprio PSD já criticou o Governo por, alegadamente, se ter atrasado na apresentação do PEC". ."Não houve atraso do Governo, mas haveria atraso se fossemos atrás das ideias do PSD, que, pelos vistos, pretende condicionar o interesse nacional com a aprovação do PEC à sua vida interna", acusou o dirigente socialista..Além de não aceitar adiamento da data de discussão do PEC, como propôs Pedro Passos Coelho, o PS também recusou a possibilidade de retirar o seu projecto de resolução, como sugeriu Paulo Rangel..Segundo Vitalino Canas, a apresentação de um projecto de resolução anexo ao PEC "tem um precedente que foi concretizado pelo PSD" em 2003 no Governo liderado por Durão Barroso, iniciativa em relação à qual "o PS colaborou".."É muito importante que o PEC seja entendido em Bruxelas como um plano do país e não do Governo. Para isso, é necessário consenso entre as principais forças políticas e esse consenso deve ser revelado no âmbito da Assembleia da República", sustentou o dirigente do PS..Na perspectiva de Vitalino Canas, o PEC "terá tanto mais força quanto mais ele for legitimado pelas principais forças do país".