Falando em Estrasburgo, França, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, a chefe da delegação do PS à assembleia europeia considerou ainda que o "amplo apoio político e social" que Bruxelas pede que continue a ser dado ao programa de ajustamento em Portugal só faz sentido se todos cumprirem a sua parte, e "o Governo não está a cumprir a sua"..Segundo Edite Estrela, o novo pacote de medidas de austeridade anunciado pelo Governo na terça-feira após a quinta revisão do programa, e que classificou como uma "dose cavalar contra os mesmos", não é em nome do memorando de entendimento que foi assinado pelo governo socialista, no ano passado.."Esse memorando que foi assinado pelo governo socialista já teve cinco alterações. Lá não consta a redução das pensões de reforma, não consta acabar com os subsídios da função pública ou do setor privado, não consta aumentar impostos. Portanto, não se pode estar a invocar o memorando de entendimento para condicionar o PS", declarou..Questionada sobre se o PS já não se sente então vinculado ao memorando de entendimento, Edite Estrela sustentou que não há razão para tal, pois o mesmo "já foi alterado cinco vezes, e isso é da responsabilidade exclusiva deste Governo".."Por que é que se há-de sentir vinculado? Nestas alterações e nestas propostas que foram apresentadas pelo Governo, o PS não foi tido nem achado, não foi consultado, não deu o seu contributo", vincou..Relativamente ao apelo deixado na véspera pelo comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, no sentido de o programa de ajustamento em Portugal continuar a beneficiar de um "amplo apoio político e social", Edite Estrela comentou que, para que tal possa suceder, tem de haver esforço de todas as partes.."O PS tem estado a fazer a sua parte, tal como os portugueses também têm estado a cumprir a sua parte, é preciso agora que o Governo cumpra a sua, e o Governo não tem estado a cumprir a sua parte", disse, acrescentando que "se o Governo continuar por este caminho não poderá contar com o apoio do PS, designadamente na aprovação do Orçamento de Estado para 2013".