PS diz que pedido é positivo mas tardio
"Esta medida é uma medida positiva que vai ao encontro daquilo que o Partido Socialista sempre defendeu", afirmou à Lusa Eurico Dias, lembrando, no entanto, que o PS pediu em dezembro de 2012, "aquando do Conselho Europeu, a extensão dos prazos das maturidades dos empréstimos da 'troika' a Portugal", como aconteceu com o caso grego.
Segundo o secretário nacional dos socialistas, o PS tem defendido que Portugal precisa de mais tempo para o ajustamento do défice orçamental, de maturidades mais longas e de uma redução dos juros.
"Portanto, nesta componente, esta medida é positiva", disse, criticando que o pedido socialista feito em dezembro não tenha sido acolhido.
"Acabámos por ter mais tempo para ajustar o défice um ano depois, em condições muito difíceis, em que os portugueses, infelizmente, já não puderam usufruir desse ajustamento para ter menos sacrifícios", disse.
Neste momento, acrescentou, existe "um aumento das maturidades dos empréstimos, algo que só se vai refletir a partir do momento em que Portugal pague os empréstimos, já que os empréstimos à 'troika' não estão a ser amortizados neste momento nem serão nos próximos tempos -- só serão a partir de 2016".
Mas este sinal já podia ter sido dado em dezembro, segundo Eurico Dias, "e teria sido útil não só para os mercados mas para os portugueses que estão confrontados com um Orçamento do Estado que aumenta a carga fiscal em 4 mil milhões de euros".
O PS defende ainda a diminuição de juros, adiantou Eurico Dias.
"Além da extensão de maturidades, há dois ou três aspetos que foram concedidos à Grécia que era útil que Portugal também pudesse usufruir, em particular da redução das comissões que levaria a alguma redução de despesa com os empréstimos com a 'troika'", defendeu.
O ministro das Finanças português solicitou na segunda-feira ao Eurogrupo a extensão dos prazos de maturidade dos empréstimos a Portugal, de modo a facilitar o regresso aos mercados, afirmando ter a "expectativa fundada" do apoio dos seus parceiros do euro.
Falando à saída de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Vítor Gaspar indicou que sublinhou, perante os seus homólogos, o facto de Portugal ser um país "que cumpriu e que cumpre" os seus compromissos do programa de ajustamento, e que a "forte capacidade de execução" permite que o país esteja agora "prestes a poder realizar emissões no mercado primário de obrigações".