PS critica BE por causa do Manifesto dos 74
O PS sublinhou que "é lamentável que o BE pretenda apropriar-se de uma iniciativa da sociedade civil", depois dos bloquistas terem afirmado ao DN (na edição desta terça-feira em papel) que levarão o "Manifesto dos 70", que pede a reestruturação da dívida, a votação na Assembleia da República. Mas também a bancada socialista avançará com um projeto de resolução, confirmou esta terça-feira de manhã o líder parlamentar, Alberto Martins.
De acordo com fonte da direção socialista ao DN, "pelo PS, desde o primeiro dia que foi referido que era uma iniciativa relevante, desde logo por ser da sociedade civil". Sem revelar o eventual sentido de voto se a petição for a votação a mesma fonte notou que, "em termos de conteúdo, o Manifesto aborda duas questões há muito politicamente relevantes para o PS: a importância do crescimento económico e a necessidade de uma solução europeia para a gestão das dívidas públicas".
No entanto, a fonte da direção de António José Seguro fez questão de sublinhar uma aproximação formal ao documento, ao notar que "também [é] relevante o facto de um dos principais promotores do Manifesto ter vindo esclarecer que o documento não pretende defender qualquer hair-cut", ou seja, um perdão da dívida.
Alberto Martins, à Antena 1, explicou que a renegociação da dívida, os juros, as maturidades e as taxas, e a mutualização europeia da dívida são questões essenciais, que colhem um "consenso bastante alargado na sociedade portuguesa, do qual só se tem distanciado o Governo".
"Quando esta petição for apresentada na Assembleia da República, nós estamos sintonizados com ela, iremos apresentar um projeto de resolução com vista à renegociação da dívida", afirmou o deputado, com uma nuance face à palavra usada pelos promotores do Manifesto. Estes falam em "reestruturação", palavra proibida no léxico da direção de Seguro, os socialistas preferem "renegociação". Porque, como insistiu Alberto Martins, o PS recusa o perdão da dívida, "como os próprios autores da petição e do Manifesto também recusam".
[notícia atualizada com declarações de Alberto Martins à Antena 1]