As organizações não-governamentais Oikos e a Birdelife Internacional começam a executar em março próximo o projeto Ecofac 6, financiado pela União Europeia, uma iniciativa que será apresentada ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que inicia hoje uma visita ao país. ."Será criada uma direção com guardas florestais dotados de meios, será feita investigação científica sobre os diferentes tipos de pássaros, vai-se estabelecer uma maior coordenação entre as diferentes direções do ministério da agricultura e criar atividades internas geradoras de capital" para permitir aos parques sobreviverem depois de terminar o projeto, disse o coordenador da Oikos em São Tomé e Príncipe, Bastien Loloum..Essas duas ONG assinaram uma parceria no início de fevereiro para executar a sexta fase do projeto Ecofac, cujas primeiras cinco fases foram implementadas há alguns anos.."No Príncipe fomos mais longe porque apoiámos não somente ONG ambientalistas como a de mulheres que fazem a transformação de produtos locais, apoiámos na estruturação de uma associação de médicos tradicionais que não existia", disse Bastien Loloum.."Fizemos um grande trabalho de recenseamento e catalogação de todos os saberes tradicionais associados ao uso da flora local, foi um trabalho que levou quase um ano, primeiro a recensear todos os médicos tradicionais, ouvir o que eles fazem, conhecer as suas técnicas e práticas e, com eles, fazer o levantamento de todas as sabedorias", sublinhou.."Fizemos um catálogo completo com mais de 300 páginas sobre os saberes tradicionais, não fala apenas das plantas, mas também das receitas. Esse trabalho já está público em duas versões, uma de acesso universal e outra de acesso mais restrito, destinado aos profissionais da saúde e investigadores", acrescentou ainda. .Antes de coordenar a Oikos, Bastien Loloum trabalhou durante vários anos com a ONG MARAPA (Mar Ambiente, Pesca Artesal)..O país vive um problema crónico de abate indiscriminado de arvores e sem controlo das autoridades, que Bastien atribui a "problemas sistémicos e à crise económica".."As pessoas exploram a madeira da mesma maneira que vão pescar sem conhecimento de causas e consequências. A isso acrescenta-se uma certa debilidade e fraqueza do governo em fazer aplicar a lei, por falta de meios, de conhecimentos técnicos, ou falta de meios logísticos", acrescentou..MYB