Próxima direção do ICA tem de ter sentido de Estado - Produtor Luís Urbano

O produtor Luís Urbano afirmou à agência Lusa que a próxima direção do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), sucessora da que se demitiu hoje, terá de ter "sentido de Estado e ideias muito claras para o setor".
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Luís Urbano é um dos rostos da plataforma de 14 associações do setor que contestava o trabalho da direção do ICA, liderada por Filomena Serras Pereira, e cujo pedido de demissão foi aceite e anunciado hoje pelo Ministério da Cultura.

"Tínhamos andado a pedir a demissão há muito tempo, porque [a direção] não tinha condições para se manter, por várias razões, desde logo pela falta de credibilidade e por uma demissão no assumir de um papel interventivo e de transparência nos concursos", disse Luís Urbano.

De acordo com o Ministério da Cultura, a presidente e vice-presidente do ICA, Filomena Serras Pereira e Ana Costa Dias, respetivamente, pediram demissão de funções que ocupavam desde 2014 e terminam o mandato no dia 31 de maio.

Fonte do gabinete de imprensa do ministério explicou à agência Lusa que o pedido de cessação de funções foi apresentado na quarta-feira, referindo que termina assim "um período longo e exigente de funções" e que nos próximos dias será anunciada a nova direção do ICA.

Contactada pela agência Lusa, Filomena Serras Pereira escusou-se a adiantar as razões da saída, remetendo esclarecimentos para o ministério.

A saída da direção do ICA acontece pouco mais de uma semana depois da abertura dos concursos de apoio financeiro referente a 2017 e numa altura em que a tutela ainda está a negociar a alteração da regulamentação da lei do cinema e audiovisual.

Para Luís Urbano, a próxima direção "deve ter ideias muito claras para o setor, deve desenvolver linhas programáticas que não têm de ser consensuais".

"É preciso que acredite no sistema e numa política pública para o cinema", afirmou.

O produtor apelou ainda ao Ministério da Cultura para que explique a razão de ser "dos cortes brutais à produção de cinema", numa referência ao plano financeiro dos concursos de apoio ao cinema e audiovisual divulgado na semana passada.

Os concursos abriram a 08 de maio com um total de 18,5 milhões de euros a repartir por vários programas de apoio à produção de longas e curtas-metragens, séries de televisão, exibição distribuição e divulgação internacional.

De acordo com o ICA, há um aumento de 23 para 25 programas de apoio financeiro e um acréscimo de 122 mil euros, comparando com 2016, mas comparando os planos de 2016 e de 2017 verificam-se alguns cortes de verbas em concursos de apoio à produção de cinema e um aumento no apoio à distribuição e exibição.

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