Providência cautelar contra despedimentos no Estoril-Sol
"Prometemos que íamos recorrer judicialmente desta decisão e cumprimos, por isso é que estamos aqui", disse à Lusa o dirigente do sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Turismo, Clemente Alves, sublinhando que a luta dos trabalhadores será levada "até às últimas consequências".
O advogado dos trabalhadores, João Camacho, disse à agência Lusa que a providência cautelar pretende denunciar a "violação dos direitos dos trabalhadores" que está a ser praticada pela administração da Estoril-Sol.
"A entidade patronal viola várias regras e utiliza argumentos que não são legais", adiantou o advogado, sublinhando que "estão a destruir a vida a mais de uma centena de pessoas sem olhar a meios".
Presentes nesta acção estiveram mais de 50 trabalhadores do Casino do Estoril - acompanhados pela família - que já receberam as suas cartas de despedimento, mas que mantêm a esperança de que a decisão possa ser revertida.
"Claro que temos esperança que a administração da empresa tome outra decisão, caso contrário já teríamos desistido", disse Clemente Alves, porta-voz dos trabalhadores do Casino.
O sindicalista anunciou ainda que está a ser preparada, embora ainda sem data definida, uma vigília de trabalhadores em frente à porta principal do Casino do Estoril, onde prometem passar "dia e noite".
"Vamos continuar a pressionar os órgãos do poder, vamos até às últimas consequências e aguardamos ser recebidos pelo secretário de Estado do Trabalho", acrescentou o responsável.
As cartas de despedimento de 113 empregados do Casino do Estoril começaram a ser distribuídas a 11 de Fevereiro, dia em que a Comissão de Trabalhadores decidiu avançar com a providência cautelar contra a Estoril-Sol numa tentativa de bloquear o processo.
A Estoril-Sol anunciou no início de Janeiro o despedimento colectivo de 113 trabalhadores do Casino Estoril, para assegurar a "sobrevivência da empresa", que teve uma quebra de receitas de 30 milhões de euros nos últimos dois anos.