Protestos no Egipto não serão tolerados muito tempo

O vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, avisou hoje que "não é possível tolerar" a continuação dos protestos na praça Tahrir e que Mubarak não sairá do poder imediatamente.
Publicado a
Atualizado a

Durante um encontro com jornalistas independentes, reportado pela agência noticiosa estatal MENA, Suleiman afirmou que a crise deve acabar o mais depressa possível, o que significa um crescente sinal de impaciência do regime com as manifestações, que duram há 16 dias.

O vice-presidente assegurou que "o regime não vai acabar" e que o presidente Hosni Mubarak não sairá do poder imediatamente.

Durante o encontro com os jornalistas, disse que o regime quer dialogar para resolver as exigências dos opositores, que pedem reformas democráticas, acrescentando: "Não queremos lidar com a sociedade egípcia através de instrumentos policiais."

Suleiman avisou que a alternativa ao diálogo "é a realização de um golpe, que pode significar ocorrências incalculadas e imprudentes, incluindo muita irracionalidade". E frisou: "Não queremos atingir esse ponto, para proteger o Egipto."

Instado a explicar o comentário, disse que não significa um golpe militar, mas que "uma força que está impreparada para governar" poderia forçar demasiado as instituições estatais, disse Amr Khafagi, editor chefe do diário privado Shoruk, que participou no encontro.

Suleiman considerou que "a presença dos opositores na praça Tahrir e algumas estações televisivas por satélite a insultar o Egipto fazem com que os cidadãos hesitem em ir trabalhar". "Não podemos continuar com isto por muito tempo" e "a crise tem de acabar tão depressa quanto possível", acrescentou.

Avisou ainda que os apelos de alguns opositores a uma campanha de desobediência civil são "muito perigosos para a sociedade e não serão tolerados de forma alguma".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt