Protesto: General Ramalho Eanes expressa apoio a jantar de oficiais das Forças Armadas
A informação, sem precisar o seu conteúdo, foi dada aos jornalistas pelo almirante Melo Gomes, ex-chefe da Marinha nos anos 2000, momentos antes do jantar em que participaram dezenas de oficiais das Forças Armadas, entre os quais os generais Loureiro dos Santos, Garcia dos Santos, Martins Barrento, Mourato Nunes e Pinto Ramalho ou os coronéis Vasco Lourenço e Pedroso Marques.
Loureiro dos Santos, dizendo ao DN que "os governos, infelizmente, só parecem respeitar as Forças Artmadas quando as temem", criticou em particular o atual executivo por "incumprimento das promessas feitas".
Questionado sobre o que mudou desde o jantar de protesto organizado há cerca de dois anos com os mesmos objetivos de criticar a política do Governo para a área da Defesa e protestar contra o corte de direitos inerentes ao estatuto da condição militar, Loureiro dos Santos reconheceu que "não mudou nada".
O general contestou também que as Forças Armadas sejam apenas "olhadas como uma instituição que gasta dinheiro", quando se vive uma época em que a Europa está rodeada de ameaças que, a concretizarem-se, farão com que Portugal tenha "muitas dificuldadaes em participar na resposta" a dar pela comunidade internacional.
Quanto ao facto de o ministro da Defesa invocar com frequência "o apoio das chefias militares" para as medidas que tem implementado, Loureiro dos Santos observou que esses responsáveis "não vão demitir-se todos os dias".
As atuais chefias "terão as suas linhas vermelhas" mas "ainda não as atingiram", adiantou Loureiro dos Santos. Questionado sobre se consideraria já terem sido ultrapassadas essas linhas vermelhas caso estivesse agora em funções como chefe militar, o general respondeu: "Não estou em condições de responder a essa pergunta."