Mais uma noite de protesto em Charlotte. Clinton adia visita

Um protesto pela morte do afro-americano Keith Lamont Scott pela polícia desafiou novamente o recolher obrigatório
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Centenas de pessoas desafiaram novamente o recolher obrigatório na cidade norte-americana de Charlotte durante a quarta noite de protestos pela morte do afro-americano Keith Lamont Scott, na terça-feira, às mãos da polícia.

Passada a meia-noite (05:00 de hoje em Lisboa), hora em que começa o recolher obrigatório, centenas de pessoas continuavam nas ruas do centro de Charlotte (Carolina do Norte), local onde se deram os protestos violentos de terça e quarta-feira.

Hoje, os manifestantes exigiram às autoridades que divulguem os dois vídeos que registam a morte de Scott, gravados pelas câmaras dos agentes envolvidos, algo que as autoridades recusaram.

Ontem foi revelado o vídeo captado pela mulher de Scott, com um telemóvel, o qual não esclarece em pleno o que de facto aconteceu.

A polícia acusou Scott de estar armado -- num estado em que a posse de arma é legal, mediante licença -- e de representar "ameaça de morte iminente" para os agentes, um relato rejeitado por familiares e testemunhas, que dizem que este tinha um livro.

No vídeo agora revelado pela NBC não é possível ver o que Keith Scott empunhava. Nas imagens, o homem aparece já no chão, rodeado por agentes policiais, após ter sido atingido a tiro.

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A morte de Scott provocou violentos protestos.

A polícia também informou hoje que 37 dos 47 detidos durante as três noites anteriores são de Charlotte, enquanto outros quatro são de outros municípios da Carolina do Norte e seis de outros estados.

A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, adiou a sua viagem à cidade norte-americana de Charlotte, acedendo assim ao pedido da presidente da câmara, Jennifer Roberts, que se manifestou preocupada com o crispado clima de tensão.

Após ter conhecimento das intenções de Clinton, Roberts, também democrata, disse à CNN que a cidade tem recursos limitados para a segurança e que preferia "recuperar a ordem e normalidade" antes de receber os candidatos presidenciais.

Deste modo, a autarca alargou o convite ao candidato republicano, Donald Trump, que, sem anunciar uma data concreta, expressou também desejo de viajar atéCharlotte na próxima semana.

"Apreciamos o apoio dos candidatos. Apreciamos que estejam preocupados com Charlotte", disse Roberts.

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