Protesto de camionistas deixa supermercados vazios na Bélgica

Novo imposto levou camionistas a bloquear estradas. Supermercados e combustíveis já estão a sentir efeitos dos protestos
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Os bloqueios das estradas por camionistas na Bélgica, em protesto contra um novo imposto sobre pesados, estão já a ter repercussões em vários setores, com várias bombas de gasolina "a seco" e supermercados com prateleiras vazias.

Apesar de a federação real belga de transportadores se opor a esta forma de protesto, desde 1 de abril, data da entrada em vigor no novo imposto - segundo o qual os pesados com mais de 3,5 toneladas têm de pagar uma "taxa quilométrica" -, têm-se multiplicado os bloqueios rodoviários, sobretudo na Valónia (região francófona, a sul), com dezenas de estradas cortadas, por iniciativa de pequenas empresas de transporte de mercadorias.

Os "bloqueios com filtros" - tem sido permitida a passagem dos veículos ligeiros, que se processa naturalmente a ritmo muito lento -, já está a ter consequências, com várias áreas de serviço na região de Liège "a seco", sem gasolina nem gasóleo, indicou hoje a federação belga dos negociadores de combustíveis e carburantes.

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Várias cadeias de supermercados também assinalaram hoje que começam a ter sérios problemas, dado que o acesso a muitos dos cerca de 20 centros de armazenagem que asseguram o aprovisionamento de muitas das grandes áreas comerciais em território belga também estão cortados pelos protestos dos camionistas.

Outro setor atingido é o da construção, tendo hoje a Confederação de Construção da Valónia indicado que o setor está a perder "vários milhões de euros por dia", dado "centenas de estaleiros" estarem paralisados.

Face às consequências desta ação de protesto dos camionistas belgas, têm-se multiplicado as vozes a reclamar uma intervenção das autoridades, caso do ministro flamengo da mobilidade, que pediu ao ministro federal do Interior, Jan Jambon, que faça a polícia federal intervir para pôr fim aos bloqueios, que têm sido levados a cabo em dezenas de estradas e autoestradas, incluindo de acesso a França, perante a passividade das forças policiais.

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