No comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP refere que em 27 de março de 2019, os acionistas Elliott Internactional, L.P. e Elliott Associates, L.P., detentores de 73.498.803 ações, representativas de 2,01% do capital social da EDP, requereram ao vice-presidente da mesa da assembleia-geral a introdução de um novo ponto na ordem do dia da assembleia geral anual da empresa, a realizar em 24 de abril, com vista à "Alteração dos Estatutos da Sociedade"..Assim, "em aditamento à convocatória e, em conformidade com o requerimento apresentado, procede-se à inclusão de um novo ponto, numerado como ponto nove", refere o comunicado da EDP ao mercado..O fundo Elliott quer que os acionistas se pronunciem se a empresa deve eliminar o limite de 25% dos direitos de voto, que viabiliza a oferta pública de aquisição da China Three Gorges Europe..O requerimento do fundo Elliot foi aceite, mas caso a sua proposta venha a ser aprovada ela estará condicionada. .No comunicado, a empresa liderada por António Mexia esclarece que, caso seja aprovada, "a alteração das disposições dos estatutos da EDP acima identificada ficará condicionada ao sucesso da oferta pública geral e voluntária de aquisição de ações representativas do capital social da EDP, nos termos do parágrafo 15 do anúncio preliminar divulgado pela oferente China Three Gorges (Europe), SA". .O fundo, que se tem mostrado contra a oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) Europe, solicitou no final de março a inclusão deste ponto na ordem de trabalhos da próxima assembleia-geral anual da elétrica portuguesa. ."A Elliott acredita que a proposta de deliberação -- sobre a alteração dos estatutos da EDP para eliminar o atual limite máximo de 25% dos direitos de voto -- irá clarificar a situação atual da EDP face à Oferta, ultrapassando assim o atual impasse e dando à EDP um caminho claro para o futuro", refere a Elliott em comunicado divulgado a semana passada. ."Caso a deliberação não obtenha uma maioria qualificada de dois terços dos acionistas presentes na assembleia-geral anual de 24 de abril de 2019, o limite de voto permanecerá em vigor", informa o fundo Elliott, considerando que tal resultado deve não só permitir o fim imediato da oferta na sua forma atual, "como também proporcionar à sociedade a certeza necessária para planear o futuro"..Segundo o Elliott, para prosseguir uma estratégia e um plano mais ambicioso para o futuro, a EDP necessita de ultrapassar "a forte incerteza" criada pela oferta da CTG. ."Existe hoje um claro consenso entre os 'stakeholders' [partes envolvidas]: a oferta da CTG na sua forma atual não é do interesse da EDP. O preço da oferta fica muito aquém do que seria necessário para obter o apoio dos acionistas", acrescenta..Por outro lado, o Elliott adianta que não tem conhecimento de qualquer progresso significativo nas numerosas condições de lançamento da oferta, incluindo a aprovação por relevantes entidades reguladoras da concorrência, de investimento estrangeiro, da energia e de outras entidades reguladoras a nível mundial. .Não só as entidades reguladoras relevantes não aprovaram ainda a transação, como a CTG não submeteu os pedidos necessários na maioria das jurisdições relevantes, assinala ainda..Entre os requisitos fundamentais para a oferta, os acionistas devem alterar os estatutos da EDP e eliminar o atual limite máximo de 25% dos direitos de voto. .No caso da EDP, a eliminação do limite máximo constituiria um sinal de apoio a uma aquisição pelo maior acionista sem o pagamento de um prémio adequado. .Em causa está a OPA feita à EDP pela CTG, empresa elétrica estatal chinesa que já detém 23,27% da elétrica portuguesa, anunciada em maio de 2018 e cujas negociações continuam..A CTG oferece uma contrapartida de 3,26 euros por ação.