Proibição de Trump afeta até muçulmanos com autorização de residência
Enquanto espera pelo desenvolvimento de um sistema de veto mais radical em relação aos muçulmanos que tentam entrar nos Estados Unidos, o presidente norte-americano Donald Trump assinou um decreto presidencial que suspende o programa de asilo do país durante 120 dias.
O mesmo decreto prevê a proibição indefinida de entrada de sírios que tentam fugir da guerra nos EUA. E as entradas de cidadãos originários de sete países de maioria muçulmana - Iraque, Síria, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen - estão suspensas por 90 dias. Esta suspensão não se aplica a pessoas com visto diplomático e funcionários da ONU, mas afeta até pessoas com autorização de residência nos Estados Unidos. O esclarecimento foi feito este sábado pelo Departamento de Segurança Nacional americano.
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Apesar da suspensão das entradas, a prioridade será dada a minorias religiosas perseguidas no seu país de origem, incluindo os cristãos. Trump reduziu ainda o número de refugiados que os EUA previam receber em 2017 de 110 mil para 50 mil.
Associações de direitos humanos processam
Da ONU a várias ONG, a condenação à decisão de Trump está a ser unânime, com grupos de defesa dos direitos humanos a ameaçar levar o presidente americano à justiça.
A lei foi imediatamente posta em vigor e refugiados que estavam a viajar foram detidos à chegada aos aeroportos, diz o The New York Times. É o caso de dois cidadãos iraquianos que foram detidos na sexta-feira no aeroporto JF Kennedy, devido ao decreto. Um deles tinha trabalhado como tradutor para o exército norte-americano, avança a BBC.
A situação já levou a uma queixa, que deu hoje entrada num tribunal federal de Nova Iorque, apresentada pela União Americana das Liberdades Civis e outras organizações de defesa dos direitos humanos e dos imigrantes, que exigem a libertação dos dois cidadãos iraquianos.