Professora desempregada abre centro de explicações
"Ou eu me aventurava neste projeto ou continuava desempregada, sem qualquer objetivo de vida, porque infelizmente está complicado", afirmou à Lusa a empresária natural do Porto, que vive nos Açores desde 2009.
Em 2013, o sistema de microcrédito do Governo dos Açores apoiou no total 14 projetos nas nove ilhas e em diferentes áreas de negócio, desde prestação de serviços, restauração, turismo e comércio, num limite máximo de 20 mil euros por candidatura aprovada.
Sónia Moutinho tem quase seis anos de experiência como docente, três dos quais a trabalhar na ilha de S. Miguel, nos Açores, mas o facto de não ter conseguido colocação nos últimos concursos de professores no arquipelago atirou-a para o desemprego.
"Como docente não fui colocada e já estava a finalizar o subsídio de desemprego. A solução que vi para sair do desemprego foi mesmo iniciar o projeto. Meti o projeto e ele foi aceite, através do microcrédito, que era abrir um centro de explicações", adiantou a nova empresária, acrescentando que o estudo de mercado feito indicou que o negócio deveria abrir na Ribeira Grande, onde não existia nenhum centro de explicações.
Depois de ter recebido um apoio do microcrédito de quase 20 mil euros, Sónia Moutinho tem o centro a funcionar há quase dois meses, com seis alunos e três professores das disciplinas de filosofia, inglês e matemática, todos em regime de prestação de serviços.
"Para já não me arrependo, porque estou numa fase inicial, onde já tenho seis meninos. A minha esperança é que em janeiro, depois da saída das notas, os pais procurem mais [o centro]", confessou Sónia Moutinho, que alimenta a esperança de conseguir colocação numa escola para lecionar, compatibilizando com o novo negócio que criou.