Professor destituído por erro vai voltar a dar aulas
José Pratas, 39 anos, que leciona há três anos o ensino primário na escola básica Professor Romeu Gil, na freguesia do Forte da Casa, teve a sua permanência ameaçada devido a um erro informático dos serviços administrativos do agrupamento.
"Quando saíram as listas vi que não estava colocado e uma colega minha com uma graduação inferior à minha estava. O diretor da escola admitiu o erro e disse que ia corrigir a situação, mas até agora nada foi feito", contou o docente à agência Lusa hoje de manhã, antes de conhecer a decisão da Direção Geral da Administração Escolar (DGAE).
A possibilidade da saída gerou um movimento de solidariedade dos pais dos alunos que realizaram esta manhã uma manifestação junto à entrada do estabelecimento escolar para exigir a permanência do docente.
"Deixem o professor José educar-nos" e "só queremos o professor José" eram algumas das mensagens escritas nos cartazes dos cerca de duas dezenas de manifestantes.
Nuno Contrins, porta-voz dos pais, afirmou à agência Lusa que os 27 encarregados de educação não iriam deixar os filhos frequentar as aulas enquanto não readmitissem o "professor José".
"É uma pessoa super-humana e um professor de excelência, porque prepara muito bem os alunos para enfrentarem as dificuldades do ensino básico", justificou Nuno Contrins.
Poucas horas depois da ação de protesto e de uma reunião de quase uma hora com o diretor do agrupamento de escolas do Forte da Casa, o docente foi informado pelo DGAE, tutelado pelo Ministério da Educação, de que poderia retomar as aulas a partir de terça-feira.
"É um sentimento de muita alegria, porque sinto que foi feita justiça. Nestas últimas semanas chorei muito e andava muito angustiado, mas agora tudo regressa à normalidade", afirmou José Pratas.
A agência Lusa tentou contactar a direção do agrupamento, mas esta recusou-se a prestar qualquer tipo declaração.