Prisão preventiva para três suspeitos
Três dos 13 elementos da claque do Benfica No Name Boys saíram ontem do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) com a medida de coacção mais grave, prisão preventiva, tendo sido levados logo pelas 18.30 para o estabelecimento prisional junto à Polícia Judiciária, na Gomes Freire (Lisboa). Outros três saíram com termo de identidade e residência, tendo um que se apresentar periodicamente à esquadra da sua residência. Os restante sete continuarão a ser ouvidos a partir das 10.00, tendo abandonado as instalações do TIC pouco depois das 21.30 em duas carrinhas celulares - numa seguia uma das duas mulheres que integraram o lote dos 30 detidos que resultaram da "Operação Fair Play", levada a cabo pela PSP no domingo, na outra seis homens. Ela foi levada para os calabouços do Governo Civil, eles para as instalações prisionais junto à PJ.
Segundo explicou ao DN fonte judicial, a juíza optou por ouvir os primeiros elementos a serem detidos no domingo, já que havia um prazo a cumprir em termos de aplicação de medidas de coacção, deixando os restantes para hoje. A mesma referiu ainda que as detenções preventivas terão sido sustentadas pelas provas recolhidas que sustentam os indícios de crimes de associação criminosa e de posse e tráfico de drogas.
Mas mais prisões preventivas deverão ser decretadas hoje, já que o Ministério Público terá solicitado a prisão preventiva para cerca de uma dezena dos 13 elementos presentes a tribunal. Ao que apurámos, deste grupo fazem parte os principais dirigentes da claque do Benfica -um deles conhecido pelo nome de Miguel e o outro como Mário. O primeiro foi dos que ficou em prisão preventiva, estando os dois fortemente indiciados por crimes graves. Fonte ligada ao processo confirmou mesmo que este grupo é considerado "de elevada perigosidade", estando todos fortemente indiciados por crimes graves, como associação criminosa, posse de tráfico de drogas, posse e tráfico de armas de fogo, ofensas à integridade física qualificada, roubo, incêndio, explosões e outras condutas perigosas".
A mesma fonte sublinhou ainda que a classificação de perigosidade advém da forma como o grupo actuava, já que alguns dos actos praticados com violência foram"planeados com todo o rigor e antecipadamente, após vigilância efectuada ao comportamento das vítimas, sabendo onde e como deviam 'apanhá-las', e escolhendo para isso os locais e circunstâncias em que se encontravam mais fragilizadas", explicaram-nos.
Ontem, foram ainda ouvidos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) quatro dos 30 elementos detidos, que saíram com termo de identidade e residência (destes fazia parte a segunda mulher detida). Os restantes foram todos ouvidos em primeiro interrogatório, nas instalações da III Divisão da PSP (Benfica), por cinco procuradores, um deles o titular do processo; os outros quatro chamados de urgência.
Prova documental apanhada
Mas a investigação que associa os No Name Boys a crimes graves não termina aqui. Fonte ligada ao processo confirmou que durante as buscas foram apreendidas provas documentais e em suporte informático que serão analisadas pelos elementos da Divisão de Investigação Criminal de Lisboa e Ministério Público - que coordena a investigação desde o início no âmbito do combate ao crime violento. A mesma fonte sublinhou que serão chamadas a depor várias testemunhas, algumas da direcção do clube e sobretudo aquelas que tiveram uma relação mais próxima com a claque. Contudo, o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, admitiu ontem ao DN que Luís Filipe Vieira poderá ser um dos visados (pelo cargo que ocupa), apesar de não ter sido ainda notificado.