Princesa Masako admite "insegurança" mas promete fazer o seu melhor quando for imperatriz
"Pensando nos dias que aí vêm, por vezes sinto-me insegura sobre até que ponto conseguirei servir as pessoas", disse a princesa Masako, mulher do príncipe herdeiro Naruhito, num comunicado emitido pela Casa Imperial Japonesa para assinalar os seus 55 anos. "Mas vou esforçar-me para fazer o meu melhor para contribuir para a sua felicidade", acrescentou a futura imperatriz.
O imperador japonês, Akihito, de 84 anos, vai abdicar a 30 de abril. Um dia depois, o seu filho mais velho, Naruhito, vai assumir o trono do Crisântemo, o que fará de Masako a imperatriz, sucedendo a Michiko.
Referindo-se à nova vida do casal imperial após a abdicação, Masako disse esperar "do fundo do coração" que eles possam "descontrair da sua vida ocupada e passar os dias pacificamente".
"Estou feliz por conseguir desempenhar mais funções oficias do que antes, à medida que tento melhorar a minha condição física", afirmou. Segundo os médicos, a princesa Masako sofre desde dezembro de 2003 de "transtorno de adaptação", também conhecido como "stress emocional", muitas vezes ligado a depressão e ansiedade. Durante mais de uma década, esteve praticamente afastada dos olhares públicos.
Os médicos indicaram, num outro comunicado publicado este domingo, que a princesa "ainda está no caminho da recuperação e que há altos e baixos na sua condição". Notam ainda ser importante que ela possa continuar com o tratamento e não ser sujeira a muita pressão.
Masako, que conheceu o príncipe Naruhito em 1986 numa festa, estudou em Harvard e Oxford e fala várias línguas. Tinha uma proeminente carreira como diplomata quando aceitou casar, em 1993, apesar da preocupação com a hipótese de entrar para a família real.
A princesa ficou depois sob pressão para garantir um herdeiro masculino para o trono do Crisântemo, tendo tido uma filha, a princesa Aiko, em 2001. Segundo as regras, só um herdeiro masculino pode subir ao trono (em 2006 nasceu Hisaito, filho do irmão mais novo de Naruhito).
Três anos depois, Naruhito disse aos jornalistas que a mulher estava "completamente exausta" a tentar adaptar-se à vida do palácio, acusando os oficiais de terem "atuado para negar" o seu caráter e carreira.