Primeiro-ministro israelita considera inaceitáveis críticas dos EUA
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou hoje que as críticas dos Estados Unidos à construção de novos colonatos judeus são "inaceitáveis para Israel", informou hoje a rádio pública israelita.
"Não é a construção em Jerusalém ou [o colonato de] Maale Adumin, na Cisjordânia, que afasta a paz, mas o incitamento contra Israel e a rejeição de seus vizinhos em manter negociações diretas", disse Netanyahu, no Ruanda, antes de partir para a Etiópia, onde conclui hoje uma visita a quatro países africanos.
O Governo israelita anunciou o lançamento de um concurso público para a construção de 800 novas casas em colonatos judeus nos territórios palestinianos ocupados, com 560 novas casas em Maale Adumin, na Cisjordânia, e 240 em bairros a este de Jerusalém, informou a imprensa local na segunda-feira.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, John Kirby, condenou na terça-feira o que "parece ser um processo sistemático" de Israel "para se apropriar de terras, expandir colonatos e legalizar postos fronteiriços que está a minar fundamentalmente as perspetivas de uma solução de dois Estados".
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"Opomo-nos a este tipo de medidas, que consideramos contraproducentes para a causa da paz em geral. Estamos profundamente preocupados com a construção e expansão de colonatos em Jerusalém Este e Cisjordânia e a designação de terras na Cisjordânia para o uso exclusivo israelita", acrescentou.
Kirby recordou que o comunicado publicado na semana passada pelo Quarteto do Médio Oriente (EUA, Rússia, ONU e UE) destaca que "desde o princípio do processo de Oslo, em 1993, a população dos colonatos aumentou para mais do dobro e para o triplo no caso da área C", uma zona da Cisjordânia delimitada e identificada nos Acordos de Oslo com sendo de transição, antes da criação de um Estado palestiniano.