Primeiro ministro grego renuncia ao salário

O Primeiro-ministro grego Lucas Papademos revelou hoje que renunciou ao seu salário, desde a sua nomeação em novembro, num contexto de grave crise económica e financeira.
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A revelação foi feita hoje numa conferência de imprensa em Bruxelas, onde o primeiro-ministro grego irá participar na Cimeira Europeia, segundo informou o diário Ta Néa.

De acordo com o mesmo jornal, que escreveu nas páginas interiores "Lucas não foi pago", o primeiro-ministro grego, em resposta a uma questão colocada por um jornalista alemão, afirmou tratar-se de uma "questão pessoal" motivada "pela grave crise da sociedade grega".

O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e governador do banco da Grécia, que era professor em Harvard antes de ser nomeado, está a governar o país desde 11 de novembro de 2011, depois da demissão do ex-primeiro-ministro Georges Papandreo.

Papademos chegou ao poder em plena crise política e teve de negociar um acordo entre três partidos, socialista, de direita e de extrema-direita, para formar um governo de coligação face à gravidade da situação da Grécia, ameaçada com o risco de falência e de saída da Zona Euro.

O primeiro-ministro já afirmou repetidamente que o seu mandato é limitado e apenas tem o intuito de finalizar a negociação de reestruturação de parte da divida do país. Espera-se a confirmação durante a Cimeira de hoje do pagamento de um novo empréstimo da União Europeia no valor de 130 mil milhões de euros ao longo de três anos.

Sem este pagamento, o país arrisca falhar pagamentos já no fim deste mês. O acordo será aceite em troca de novas medidas de austeridade, incluindo cortes nos salários e pensões de toda a população.

Em meados de fevereiro, também o Presidente da República Grega, Carolos Papoulias, abriu mão do seu salário em solidariedade com o povo grego.

As eleições antecipadas na Grécia devem realizar-se no final de abril.

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