Primeiro-ministro da Nova Zelândia demite-se: "Já não tenho nada para dar"

John Key anunciou que vai retirar-se do governo e deixar de ser líder do partido. Novo chefe do governo deverá ser eleito ainda antes do Natal
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"Não tenho mais nada para dar. Dei tudo a este cargo, com custos para a minha família", é tempo de prosseguir. Foi com estas palavras que John Key, primeiro-ministro neo-zelandês, anunciou esta noite (12.45 na Nova Zelândia), em Wellington, a sua retirada de chefe de governo e de líder do partido.

O anúncio foi uma surpresa absoluta para o país, relatam os media locais, mesmo porque Key celebrara recentemente o seu oitavo ano como primeiro-ministro e décimo como líder do Partido Nacional, altura em que anunciou "uma oportunidade para fazer contas ao passado mas também para olhar para o futuro". Na mesma ocasião, John Key focara "a incrível experiência" de governar a Nova Zelândia, mencionando eventos marcantes como a forma como o país ultrapassou a crise global, os sismos de Christchurch ou o desastre nas minas de Pike River.

A surpresa do povo neo-zelandês foi total. Mesmo porque, ainda há poucas horas, John Key tweetara sobre os enfeites de Natal da sua residência oficial, aparentando absoluta normalidade.

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"Durante estes anos, dei tudo quanto podia a este cargo, com sacrifícios consideráveis para as pessoas que mais me são queridas, a minha família", afirmou o governante, referindo-se à falta de liberdade e à exposição mediática que mulher e filhos têm sofrido.

Key antecipa assim a reunião do partido em que será decidida a sua substituição enquanto líder, marcada para dia 12, tendo já antecipado que apoiará a escolha que for feita - mas aproveitando para dizer que votaria em Bill English para seu sucessor como líder da Nova Zelândia.

English tem desempenhado funções como vice-primeiro-ministro no governo de Key, mas numa breve passagem pela liderança do Partido Nacional levou-o ao seu pior resultado, em 2002. Desde então, porém, desempenhou com competência o cargo de ministro das Finanças e é agora indicado como sucessor do ainda primeiro-ministro.

Vários deputados vieram já reagir à saída, congratulando Key pelo seu desprendimento e desejando-lhe sorte para os próximos desafios.

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"Por vezes, para tomar a decisão certa é preciso dar passos difíceis", disse ainda hoje Key, acrescentando acreditar que a permanência no poder nada traz de bom.

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