Prever inundações e localizar água potável ganham desafio da NASA

Concurso da NASA realizou-se este fim de semana em mais de 200 cidades do mundo. Lisboa participou este ano pela primeira vez
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Aluno do mestrado em Física, no Instituto Superior Técnico, o jovem estudante indiano Abhishek Gupta desenvolveu uma aplicação para telemóvel que permite trocar informações em tempo real e ligar comunidades, autoridades e proteção em situações de inundação súbita - na região da Índia onde nasceu a população é anualmente flagelada pelas cheias. Com isso, Gupta ganhou um dos dois prémios globais do NASA Space Apps Challenge, o que lhe dá acesso à prova final.

Promovido pela agência espacial americana a nível global, o NASA Space Apps Challenge é um concurso de ideias que se realiza todos os anos desde 2012 e que decorreu este fim de semana em mais de 200 cidades do mundo, incluindo Lisboa que, pela primeira vez, foi também palco da competição.

Além do projeto do jovem indiano, houve outro vencedor de um prémio global: uma equipa de três jovens engenheiros portugueses (Miguel Quaresma, António Moreira e Gonçalo Matos) que desenvolveu uma aplicação que utiliza os dados dos satélites da NASA de acesso livre para localizar fontes de água potável numa região.

Os dois projetos vão agora disputar a final do concurso com todos os outros vencedores desta maratona de ideias nas mais de 200 cidades de todo o mundo.

"Os dois vencedores de Lisboa vão ter de fazer agora um vídeo de 30 segundos sobre os respetivos projetos e carregá-los no site do concurso da NASA já na próxima semana", explicou ao DN Bruno Gil Lopes, o organizador do NASA Space Apps Challenge em Lisboa. "Os vencedores finais serão anunciados pela NASA dentro de três semanas", adiantou.

Além destes dois projetos, houve ainda duas menções honrosas na competição em Lisboa. Uma delas foi para um programa informático que usa a informação dos satélites de observação terrestre para desenvolver histórias sobre o ambiente e a sustentabilidade, contribuindo para uma maior consciência ambiental. Na mesma linha "verde", um grupo de investigadores da Fundação Champalimaud criou um jogo para telemóvel sobre as espécies invasivas da fauna e flora, e ganhou a outra menção honrosa.

O quinto e último prémio, votado pelo público, e por isso mesmo designado "People"s Choice", foi para uma aplicação que pretende dinamizar as ações de voluntariado, colocando voluntários e organizações em contacto e criando espaços de interação entre ambos.

Em jeito de balanço, Bruno Gil Lopes, que vive na Austrália e foi ele próprio um dos vencedores da edição de 2014 naquele país, com uma aplicação que usa a música para uma nova estratégia de comunicação da ciência, diz-se "muito satisfeito com o resultado final". E por isso mesmo, diz, já está "a pensar na edição de 2018".

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