O jornal New York Times afirmou, no fim de abril, que a CIA (organismo da inteligência norte-americana) pagou durante os últimos 10 anos à Presidência afegã dezenas de milhões de dólares, que foram distribuídos "aos senhores da guerra", alguns ligados ao tráfico de drogas ou próximos dos talibãs..O Presidente Karzai reconheceu, imediatamente, que a Presidência recebeu dinheiro dos serviços de inteligência norte-americanos. Este dinheiro, que foi enviado para a instauração do governo interino afegão depois da queda do regime talibã no país em 2001, "não foi entregue aos senhores da guerra, mas aos funcionários do governo, que agiram como guardiães", respondeu Karzai numa conferência de imprensa.."O dinheiro foi entregue a indivíduos particulares e não a movimentos ou partidos", sublinhou. "Nós demos recibos para todas as despesas para o governo dos Estados Unidos", disse..O New York Times divulgou que Abdul Rashid Dostom, que fez parte da aliança que derrubou os talibãs, recebeu 100 mil dólares por mês. "Esta manhã, eu encontrei-me com o responsável da CIA e pedi-lhe para não parar a sua ajuda depois deste vazamento de informações para os media. Esta assistência financeira deve continuar e nós agradecemos", declarou. "Nós não recebemos ajuda semelhante dos serviços britânicos. Houve uma certa ajuda no quadro de certas operações, mas nada numa base regular", acrescentou..O Irão enviou ao seu vizinho "uma ajuda financeira importante que, infelizmente, parou há dois anos, quando nós começamos as discussões sobre uma parceria estratégica com os Estados Unidos", afirmou..Em 2001, os americanos enviaram dinheiro diretamente para "os senhores da guerra" afegãos que lutavam contra os talibãs enquanto abrigavam Osama Bin Laden, segundo responsáveis norte-americanos..Cerca de 100 mil homens da força da NATO deslocados no Afeganistão devem deixar o país até ao final de 2014. Uma eleição presidencial deve ocorrer no país no mesmo ano..A comunidade internacional prometeu em 2012 dar 16 mil milhões de dólares suplementares, além da ajuda que tem vindo a enviar, para ajudar a superar a partida das tropas da NATO, mas sob estritas condições.