Presidente mexicano e Trump vão encontrar-se
O Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou hoje na Cidade do México que ele e o seu homólogo norte-americano eleito, Donald Trump, combinaram encontrar-se, ao felicitá-lo pela vitória nas presidenciais dos Estados Unidos.
"Combinámos com o Presidente eleito reunirmo-nos, de preferência durante o período de transição (antes de Trump assumir o cargo, a 20 de janeiro), para definir com clareza a direção que tomarão as relações entre os dois países", declarou Peña Nieto, em conferência de imprensa.
O estadista mexicano classificou como "cordial, amigável e respeitosa" a conversa telefónica que manteve com Trump, que, durante a campanha, insultou copiosamente os mexicanos, descrevendo-os como violadores e traficantes de droga, razão pela qual prometeu construir um muro na fronteira com o México e deportar os milhões de imigrantes ilegais que atualmente se encontram nos Estados Unidos.
"Estou otimista. É claro que se inicia uma nova fase com a chegada ao poder de um novo Governo, mas creio também que há uma grande oportunidade" para o desenvolvimento das relações entre os dois países, prosseguiu Peña Nieto.
Uma fonte próxima do Governo, falando a coberto do anonimato, indicou que os dois dirigentes não abordaram a questão do muro da discórdia que Trump quer construir e fazer o México pagar.
Horas antes, a ministra dos Negócios Estrangeiros mexicana, Claudia Ruiz Massieu, declarou à estação televisiva Televisa que "não está previsto pagar um muro".
Enrique Peña Nieto foi veementemente criticado no México ao receber aí, a 31 de agosto passado, o magnata do imobiliário Donald Trump sem condenar abertamente as suas declarações negativas sobre os migrantes, nomeadamente mexicanos, que desencadearam violentas reações de protesto da população, entre as quais a queima de imagens do polémico candidato à Casa Branca durante a semana santa.
O chefe de Estado do México reconheceu depois que o convite a Trump para visitar o país tinha sido, sem dúvida, "precipitado", embora justificando-o com a necessidade de estabelecer diálogo com um possível futuro Presidente norte-americano.
Em março, o dirigente mexicano comparou as críticas de Donald Trump às de Adolf Hitler e Benito Mussolini durante a respetiva ascensão ao poder.