Presidente do Vitória de Setúbal afirma ter sido agredido pelo empresário Paulo Rodrigues
O presidente do Vitória de Setúbal, Vítor Hugo Valente, afirma ter sido esta quinta-feira agredido em plena via pública pelo empresário de futebol Paulo Rodrigues, segundo garantiu ao DN fonte oficial dos sadinos.
Segundo a mesma fonte, o presidente do emblema vitoriano preparava-se para entrar no seu carro quando foi atacado pelo agressor, na Av. Luísa Todi, em Setúbal. Paulo Rodrigues terá abordado Vítor Hugo Valente pelas costas e atirou-o ao chão, desferindo-lhe socos e pontapés enquanto o insultava.
O dirigente foi hospitalizado, recebeu tratamento e está em casa a recuperar e terá já apresentado queixa nas autoridades.
O empresário veio posteriormente desafiar o presidente do Vitória a apresentar provas das ditas agressões. "O senhor Vítor Hugo Valente que apresente queixa na polícia, com as suas testemunhas e provas, e eu lá estarei para me defender. É em tribunal que se prova tudo", lê-se num "esclarecimento" enviado à Lusa. O texto, no entanto, não confirma nem desmente diretamente as acusações.
Este caso surge num período conturbado da vida do clube. A 17 de dezembro dez elementos da direção apresentaram a demissão em litígio com o presidente, deixando o órgão sem o quórum necessário, o que obriga à marcação de eleições, entretanto agendadas esta sexta-feira pelo presidente da Mesa de Assembleia Geral, Fernando Cardoso Ferreira, para 17 de janeiro .
Paralelamente, numa reportagem da CMTV que foi para o ar no fim de semana, Paulo Rodrigues acusou Vítor Hugo Valente de ter ficado com dinheiro de um empréstimo de 300 mil euros que foi concedido por um investidor luxemburguês, havendo imagens de o líder dos sadinos e o vice José Condeças a contarem os maços de notas.
Dias depois, Vítor Hugo Valente refutou em conferência de imprensa as acusações de alegadas irregularidades na celebração de contratos - "não há provas nem indícios do desvio de dinheiro de que nos acusam" - e apresentou dossiês, afirmando que atestam a legalidade da operação e que, se necessário, estará à disposição da Polícia Judiciária. "Não fomos contactados nem pela Polícia Judiciária nem por nenhuma outra entidade. A informação que está nestes três dossiês está na contabilidade e nos computadores do Vitória e dos revisores oficiais de contas. Se alguém chegar cá com ordens e poder para isso, pega nisto, analisa, vê a entrada e saída do dinheiro. Connosco está à vontade, porque temos aqui as provas", referiu.
O presidente dos setubalenses avançou que vai apresentar queixa-crime contra três dos intervenientes da reportagem: os empresários Paulo Teixeira e Paulo Rodrigues e o ex-vice-presidente da SAD Pedro Gaiveo Luzio, que anunciou no sábado a sua candidatura às eleições de janeiro no clube. "São três pessoas com credibilidade zero. Afirmar e insinuar que possa no Vitória FC SAD ter havido desvios de dinheiro é apenas e só uma difamação. As difamações e insinuações atentatórias da honra e bom nome só se resolvem num local, o Tribunal. Demos instruções aos nossos advogados para intentarem queixas-crime contra os três intervenientes na reportagem", disse.
Vítor Hugo Valente, que foi administrador da SAD do Vitória de Setúbal durante a presidência do seu antecessor Fernando Oliveira, garante que nunca levou nada do clube, pelo contrário, deu "avais e fianças". "Do Vitória tenho muitos anos de dirigente e a única coisa que levei foram mais de dois milhões de euros de responsabilidades em avais e fianças. Levei e ainda cá estão as últimas há mais de oito anos. Acusar é muito fácil, difícil é alguém, como diz o povo, atravessar-se nos momentos que o Vitória precisa. Quem se atravessou em avais e fianças foi o Vítor Hugo Valente. Ainda cá estão essas responsabilidades superiores a dois milhões. E sempre que o Vitória precisar, conta comigo", disse.
O presidente dos sadinos fez questão de lembrar a "situação de caos económico completo" em que o clube se encontrava quando foi eleito a 21 de dezembro de 2017. "As notícias que se liam de que o Vitória tinha atraso nos salários a jogadores e treinadores e que não inscrevia a sua equipa nos prazos determinados pela Liga terminaram a partir do final da época passada. Trabalhou-se ano e meio para recuperar e estabilizar a SAD e o clube. Quando chegámos, os funcionários tinham oito e nove meses de salários em atraso e recebiam em vales de 50 euros à semana", lembrou.
(Notícia atualizada e reformulada às 19:50. Inclui esclarecimento do alegado agressor)