Pode dizer-se que o momento mais consensual de Zoe Konstantopoulou como presidente do Parlamento foi a sua eleição, a 6 de fevereiro. A advogada de 38 anos é a segunda mulher a liderar a instituição e recebeu a aprovação de 235 dos 300 deputados, um número recorde. Seis meses depois, os rumores de que poderá abandonar o Syriza e juntar-se à recém-formada União Popular, composta por 25 deputados dissidentes do partido de Alexis Tsipras, ganham mais força depois do seu encontro de ontem com Panagiotis Lafazanis, o líder da agora terceira maior força do Parlamento. Reunião que, segundo os media gregos, foi descrita como "muito positiva"..Uma coisa é certa, Zoe Konstantopoulou não voltará a sentar-se na cadeira de presidente num Parlamento controlado pelo Syriza. E muito provavelmente por nenhum outro, à exceção da União Popular. No seu encontro com Lafazanis, a deputada voltou a subir o tom dos seus ataques a Alexis Tsipras, dizendo que o primeiro-ministro demissionário forçou um cenário de eleições antecipadas "às escondidas", pois aparentemente só os credores internacionais sabiam do seu plano..Críticas que levaram o gabinete de Tsipras a emitir uma curta nota, onde mostra o arrependimento pela sua nomeação: "A presidente do Parlamento está a comportar-se como uma ditadora. Ela pensa que está no centro institucional da democracia, quando ela é apenas uma escolha errada"..Na sexta-feira, o presidente grego foi também alvo da fúria de Zoe Konstantopoulou, que disse que o mandato para formar governo foi entregue por Prokopis Pavlopoulos com uma "pressa inconstitucional". Ontem, o gabinete do chefe do Estado também respondeu: "Desde ontem [sexta-feira], a presidência deixou de dar atenção à senhora Konstantopoulou"..Ao longo dos seus seis meses no cargo, a presidente do Parlamento nunca escondeu, bem pelo contrário, ser contra as políticas de austeridade e quaisquer tipo de entendimento com os credores. Nas três votações parlamentares relativas ao novo resgate a Atenas esteve sempre ao lado dos dissidentes do Syriza. E na última, já este mês, tentou atrasá-la o mais possível recorrendo a vários procedimentos parlamentares, o que levou a que esta só terminasse às 09.30 do dia seguinte..Leia mais na edição impressa ou no epaper do DN.