Presidente destituída acusada de ter abandonado os nove cães
A ex-presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, deixou no domingo o palácio presidencial, dois dias depois de ter sido destituída pelo Tribunal Constitucional devido a um escândalo de corrupção. Mas deixou nove cães para trás, o que já lhe valeu uma queixa na polícia por abandono dos animais.
Uma associação sul-coreana de defesa dos animais apresentou queixa na polícia contra Park Geun-Hye, acusando-a de abandono dos nove cães jindo coreano. Sete dos animais eram descendentes de dois jindos que lhe haviam sido oferecidos no início de 2013, quando foi para o palácio, por vizinhos.
Um porta-voz da presidente destituída recusou as acusações e garantiu que Park Geun-Hye não abandonou os animais. Em declarações à agência noticiosa Reuters, disse que a antiga chefe de Estado pediu ao staff do palácio que cuidasse dos cães, que encontrasse quem os adotasse e que os deixou lá por achar ser o melhor para eles, sobretudo para os cachorros.
Uma outras associação de defesa dos animais já se manifestou disponível para encontrar pessoas disponíveis para cuidar dos cães.
Os jindo são cães conhecidos pela sua lealdade oriundo da ilha de Jindo, situada a sudoeste da Coreia do Sul.
A presidente destituída saiu o palácio, pediu desculpa pelo escândalo e foi viver para a sua casa própria, em Seul.
Park Geun-Hye deverá ser interrogada na próxima semana, na sequência do caso de corrupção em que está envolvida. Park perdeu a imunidade presidencial depois de o Tribunal Constitucional confirmar na sexta-feira o fim do seu mandato devido a alegações de que conspirou com uma amiga para extorquir dinheiro de empresas e permitiu que a amiga interferisse com questões do Governo mesmo não tendo qualquer cargo.
Park pode ser acusada de extorsão, suborno e outros crimes, apesar de ter negado qualquer conduta ilegal.
A eleição para escolher o substituto de Park vai decorrer a 9 de maio. O Presidente em funções, Hwang Kyo-ahn, anunciou que não será candidato, gerando uma incógnita sobre quem representará o conservador Partido da Liberdade da Coreia, de que Park fazia parte.
Moon Jae-in, líder da oposição liberal que em 2012 perdeu as presidenciais contra Park, é considerado o favorito, de acordo com sondagens.