Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA deixa cargo em janeiro
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, anunciou hoje que não vai participar nas próximas eleições intercalares, agendadas para novembro, e que deixará a câmara baixa do Congresso em janeiro.
"Este ano será o meu último como membro da Câmara [dos Representantes]", declarou Ryan, durante uma conferência de imprensa.
Em declarações aos jornalistas, o político republicano disse que deixa a presidência da Câmara dos Representantes "sem arrependimentos" e que deu à função "tudo o tinha" para oferecer.
Ryan explicou ainda que a decisão de não ser candidato a um novo mandato foi tomada a pensar na sua família, rejeitando qualquer relação com os obstáculos que se avizinham para o Partido Republicano nas eleições intercalares de novembro, que poderão ficar marcadas por uma eventual perda da maioria republicana nas duas câmaras do Congresso (Câmara dos Representantes e Senado).
Paul Ryan, de 48 anos, é presidente da Câmara dos Representantes desde 2015 e, consequentemente, líder da maioria republicana no Congresso.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu e disse que Ryan, apesar de ter decidido não se recandidatar, deixa um "legado de conquistas".
"O 'speaker' [designação utilizada para o lugar de presidente da Câmara dos Representantes] Paul Ryan é um homem verdadeiramente bom e, embora não vá tentar a reeleição, vai deixar um legado de conquistas que ninguém pode questionar. Estamos contigo Paul!", escreveu o chefe de Estado norte-americano na rede social Twitter.
Paul Ryan anunciou hoje de manhã os seus planos aos membros republicanos no Congresso durante uma reunião à porta fechada.
"Hoje de manhã, o presidente Ryan informou os seus colegas que este será o seu último ano como membro da Câmara dos Representantes. Vai cumprir o seu mandato até ao fim e irá retirar-se em janeiro", disse Brendan Buck, conselheiro de Paul Ryan, num comunicado.
Paul Ryan sucedeu no cargo a John Boehner e, na altura, manifestou algumas reservas.
O ex-candidato republicano a vice-presidente dos Estados Unidos é encarado como uma figura que nunca aderiu totalmente à visão política do Presidente Donald Trump, eleito com o apoio de uma base nacionalista e populista.
A saída de Paul Ryan, eleito pelo Estado do Wisconsin, lança uma corrida à sua sucessão, numa altura em que o Partido Republicano prepara as eleições intercalares e enfrenta um cenário político marcado por demissões consecutivas no seio da administração Trump e diversas polémicas políticas.
As eleições intercalares, previstas para 6 de novembro deste ano, têm lugar no meio do mandato do Presidente Donald Trump. Em jogo, entre outros cargos, vão estar os 435 lugares da Câmara dos Representantes e 34 dos 100 mandatos do Senado (câmara alta do Congresso).