Presidente da câmara de Caldas da Rainha queixa-se de prejuízos

O presidente da câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, defendeu hoje a criação de um tribunal próprio para julgamentos que exigem fortes medidas de segurança, sustentando que o julgamento de um alegado etarra no tribunal local está a prejudicar a cidade.
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"Não ponho em causa a necessidade de medidas de segurança, mas isto [o julgamento de um alegado membro da ETA] no coração da cidade está a provocar prejuízos ao comércio e a afectar outros serviços públicos", afirmou o presidente da câmara de Caldas da Rainha, Fernando Costa, à margem do julgamento de Andoni Fernandez, que hoje e quarta feira decorre no tribunal local.

O julgamento de Andoni Fernandez, que hoje começou rodeado de forte medidas de segurança, obrigou ao condicionamento do trânsito e estacionamento na área circundante ao tribunal, onde se situam, entre outros, os serviços da câmara e da repartição de finanças.

Durante a sessão de julgamento a PSP bloqueou igualmente as comunicações móveis, impedindo a realização de chamadas de telemóvel e limitando as ligações de internet, quer dentro do tribunal quer nos edifícios próximos.

"A câmara e as finanças ficaram sem internet e telefones, prejudicando os serviços", lamentou o autarca, defendendo que "se altere a lei processual penal, para que este tipo de julgamentos seja feito em tribunal mais adequado, porque aqui, os dias de julgamento traduzem-se num grande prejuízo para o comércio local".

Preocupado com o prolongamento de julgamento por mais dias do que os dois previstos pelos tribunal (hoje e quarta-feira) Costa sugere à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que altere a lei para que "quer aqui quer noutras cidades este tipo de julgamentos não causem a turbulência que estão a provocar em Caldas da Rainha".

Isabel Batista, juíza titular do processo, concorda com a sugestão: "Os juízes de comarca agradeciam que houvesse um tribunal de competência especializada" disse aos jornalistas a magistrada.

Andoni Fernandez é acusado pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de furto qualificado, nove crimes de falsificação e um crime de detenção de arma proibida, todos com vista à prática de terrorismo, e ainda um crime de resistência e coação sobre funcionário.

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