Presidente cessante Joseph Kabila declarado reeleito

O presidente cessante da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, foi esta noite proclamado vencedor das presidenciais de 28 de Novembro pelo Tribunal Supremo de Justiça, responsável pela divulgação dos resultados definitivos do escrutínio.
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Um despacho da agência AFP adianta que o anúncio foi feito pelo vice-presidente do referido órgão, Jérôme Kitoko, depois de rejeitado um recurso interposto por um candidato.

"O Tribunal proclama eleito, por maioria simples, presidente da República Democrática do Congo [RDCongo] o senhor Joseph Kabila", declarou Kitoko.

O vice-presidente do Tribunal Supremo de Justiça (CSJ, na sigla em Francês) confirmou a totalidade dos resultados provisórios anunciados no passado dia 09 pela Comissão Eleitoral (Céni), dando a vitória a Kabila, de 40 anos, com 48,95 por cento dos votos, à frente dos restantes dez candidatos, incluindo o opositor Etienne Tshisekedi, de 78 anos, com 32,33 por cento.

Tshisekedi não aceitou estes resultados e autoproclamou-se "presidente eleito" da RDCongo.

O CSJ, que devia inicialmente proclamar no sábado os resultados definitivos, acabou por o fazer esta noite depois de ter rejeitado por "falta de provas" o recurso apresentado pelo candidato Vital Kemerovo (o terceiro mais votado com 7,54 por cento dos votos), denunciando inúmeras irregularidades durante a votação.

Relatórios de observadores nacionais e internacionais, nomeadamente da União Europeia e do Centro Carter, lamentaram a "falta de transparência" ou de "credibilidade" do processo eleitoral, denunciando também muitas "irregularidades".

No poder aos 30 anos, depois do assassínio do pai e então presidente Laurent-Désiré Kabila, em 2001, Joseph Kabila foi pela primeira vez eleito nas presidenciais de 2006, altura em que prometeu devolver a paz e reconstruir o país, devastado por duas guerras (1996-1997 e 1998-2003).

Durante a última campanha eleitoral, Joseph Kabila afirmou-se "seguro" de vencer as eleições, depois de ter revisto a Constituição em Janeiro, passando as presidenciais de duas voltas para apenas uma.

O novo presidente deve tomar posse na terça-feira.

O anúncio da sua reeleição a 09 de Dezembro pela Céni desencadeou uma onda de violência no país, sobretudo em Kinshasa, onde pelo menos cinco pessoas foram mortas.

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