PPM acusa Governo Regional de usar subsídios para campanha

O presidente do PPM/Açores acusou hoje o Governo Regional de usar o dinheiro dos subsídios de férias e de Natal que não serão pagos aos funcionários da administração regional por decisão do Governo nacional para fazer campanha eleitoral.
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"O Governo Regional anunciou que vai utilizar os 34 milhões de euros numa série de acções orçamentais, nomeadamente no reforço do abono de família e no apoio às empresas, mas não faz sentido que utilize neste género de medidas dinheiro que é da classe média", afirmou Paulo Estêvão, também líder nacional do PPM, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na Terceira.

O presidente do Governo dos Açores anunciou na sexta-feira à noite em Santa Maria que o executivo vai utilizar a receita líquida que resulta do não pagamento dos subsídios de Natal e de férias decidido pelo Governo nacional para consolidar as finanças públicas e aumentar o apoio às famílias e às empresas.

Entre outras medidas, revelou que os complementos regionais de pensão e de abono de família serão aumentados 10 por cento em 2012.

Para Paulo Estevão, o dinheiro que a região "poupará" devido ao não pagamento daqueles subsídios devia ser usado na criação de um "mecanismo de compensação regional dos cortes nos subsídios", no sentido de "defender a classe média, que tem sido seriamente prejudicada", e não para fazer "campanha eleitoral".

No seu entender, "estão a sangrar a classe média", que "é a que paga mais impostos" e a "mais sacrificada" em questões como as taxas moderadoras, as reduções salariais ou o desaparecimento dos escalões (quarto e quinto) do abono de família, "que retirou 14 mil crianças açorianas do sistema".

Trata-se, por isso, de "juntar mais recessão à recessão, porque o poder de compra vai desaparecer", frisou. Paulo Estêvão responsabilizou o executivo regional socialista pelos cortes, alegando que "podia não os fazer".

Nesse sentido, considerou que o Governo dos Açores "tinha uma grande oportunidade de se diferenciar do Governo da República e não o fez". "O governo [regional] socialista comporta-se como uma espécie de 'Robin dos Bosques', que rouba aos pobres e remediados para engordar o orçamento regional em ano de eleições", frisou.

Nesta conferência de imprensa, Paulo Estevão assegurou que o PPM vai tomar a iniciativa para promover a criação de "um mecanismo de compensação" no âmbito do Orçamento Regional para 2012 e desafiou os açorianos "a unirem-se e mobilizarem-se no combate a esta opção do Governo Regional".

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