Seia. Uma dívida levou que a todo o recheio da Junta de Freguesia de Torroselo fosse penhorado. Computadores, mobiliário e outros bens foram levados por ordem do tribunal. O povo está surpreendido e pede satisfações ao presidente, ausente no Brasil desde o início do ano. A câmara quer apurar tudo.Em pouco menos de uma hora, a Junta de Freguesia de Torroselo (JFT), no concelho de Seia, ficou sem qualquer bem. Todo o recheio da sede da junta foi penhorado por causa de uma dívida contraída em 2007. Porém, a alegada dívida não consta do Relatório e Contas do órgão autárquico, aprovado em finais de 2008..A situação deixou indignada a população da freguesia que não consegue respostas por parte do autarca, ausente desde o início do ano no Brasil. Em 2007, a JFT "promoveu a recuperação do telhado da casa do povo da vila, obra orçada em 16 500 euros e adjudicada a uma empresa de Leiria", afirma Alexandre Cunha, eleito da CDU que tem denunciado várias irregularidades no funcionamento desta autarquia. "Sempre considerámos a dívida paga, até porque na última assembleia de 2008, quando questionado o presidente, fui informado de que a junta apenas tinha dívidas de despesas correntes", adianta o membro da assembleia de freguesia. .Com dúvidas quanto ao Relatório e Contas de 2008, Alexandre Cunha votou contra porque garante que "a dívida nunca foi espelhada nas contas da freguesia". Apesar disso, o relatório foi aprovado por maioria..Certo é que a dívida não foi paga e, no final da semana passada, um solicitador de execução, acompanhado de funcionários do Tribunal de Seia e da empresa de Leiria, "penhoraram todo o recheio da freguesia. Só deixaram os documentos", adianta o autarca. A penhora executiva levou todo o material da junta: computadores, mobiliário e material de escritório. .A penhora deixou a população indignada, que, por isso, tem tentado contactar o presidente da junta. Sem sucesso. Desde o início de Janeiro que Joaquim Pimentel está ausente no Brasil. "É uma vergonha, deviam penhorar os bens dele e não da junta", acusa Maria Coragem, habitante na vila. Também Pedro Santos afirma não compreender a penhora. "O presidente está a tempo inteiro na junta, não tem emprego e passa a vida no Brasil. Se cá estivesse tinha tratado de esclarecer o assunto", desabafa o habitante da freguesia..Alexandre Cunha vai agora "propor a realização de uma assembleia extraordinária para se proceder a uma auditoria das contas da junta"..Também Eduardo Brito, presidente da Câmara de Seia, se mostrou surpreso com a penhora. O autarca adiantou que espera pelo regresso do Brasil do presidente da junta para "apurar o sucedido e ver o que é possível fazer para ajudar a freguesia". .Mas em Torroselo desde o ano passado que os cidadãos se têm questionado sobre as recorrentes deslocações do presidente da junta para o Brasil onde "não se lhe conhece família". É que o presidente da junta é ainda o responsável pelo lar de idosos da vila e "deve uma justificação a todos pela vergonha que fez passar aos torroselenses", dispara Augusta Abreu. .Dúvidas que a população garante que "serão esclarecidas". Entretanto espera que o autarca regresse do Brasil.|