"Não tenho que me arrepender de nada, não cometi crime nenhum (...) tenho uma mágoa muito grande por tudo aquilo que aconteceu, que com o tempo irá passar", disse em Lisboa numa entrevista à Agência Lusa. Maria Antonieta Liz é uma das três portuguesas que em 2004 foram detidas na Venezuela, depois da descoberta de quase 400 quilogramas de cocaína numa avião fretado pela Airluxor, tendo sido condenada a nove anos de prisão por um tribunal venezuelano. Em Julho, foi transferida para Portugal, onde quinta-feira um tribunal lhe concedeu a liberdade condicional, que diz ter sido "a melhor coisa" que lhe podia ter acontecido. .Concentrada no futuro, diz que não guarda rancores, embora a Venezuela lhe tenha deixado mágoas e por isso não voltará a esse país. "O futuro penso que vai ser bom. Vou trabalhar, recomeçar novamente. Já não é a primeira vez que recomeço a vida, sei que há problemas, que o país não está bem, mas se uma pessoa se esforçar consegue e eu vou conseguir", frisou. Antonieta Liz diz que na cadeia de Tires, nos arredores de Lisboa, "as pessoas eram super simpáticas, bem educadas" e isso "ajudou muito", fazia-a sentir "que estava em casa". "Na Venezuela era completamente diferente, não tem nada a ver uma coisa com a outra. Em Portugal, falo a minha língua, estou entre portugueses, na Venezuela era muito mais complicado", frisou..No entanto destaca que em Caracas tinha Internet o que dava jeito às estrangeiras por ser uma maneira barata de se comunicar com a família. "Lá (Venezuela) havia mais liberdade de movimento mas isso não compensa o bem estar de uma pessoa num sítio, realmente aqui eu tive bem estar", exclamou.