Português atingido no ataque em Carcassonne está em coma induzido
O português atingido no ataque de ontem em França está em coma induzido e com prognóstico reservado. "É uma situação de grande melindre", assumiu o secretário de Estado das Comunidades, em declarações à SIC, no hospital onde o jovem está internado, em Perpignan.
José Luís Carneiro adiantou ainda à Lusa que o jovem está numa unidade de neurocirurgia, devendo ficar em coma induzido durante alguns dias, enquanto são realizados exames e avaliações médicas. Isto porque a bala está alojada numa zona do cérebro que não permite extração imediata, pelo menos, segundo as informações que foram transmitidas pelos responsáveis hospitalares ao secretário de Estado.
O jovem de 26 anos ficou gravemente ferido no atentado: estava no carro que o atacante roubou em Carcassonne e foi atingido na cabeça. O outro ocupante do carro, de nacionalidade francesa, também foi baleado e acabou por morrer, o que gerou alguma confusão, com o governo a dar o português como morto durante algumas horas, devido a uma informação errada das autoridades francesas.
O jovem emigrante é de uma família de Coimbra, explicou José Luís Carneiro. O pai emigrou para França há 11 anos, mas o jovem, licenciado, só chegou há dois. Estava a acabar um estágio em hotelaria.
"É importante para nós garantir que esta família terá todo o apoio. Hoje mesmo à tarde a família deve encontrar-se com uma associação de apoio às vítimas de atentados terroristas", afirmou o secretário de Estado das Comunidades.
Os ataques de sexta-feira ocorreram em Carcassonne e Trèbes, no sul de França e provocaram quatro mortos e 16 feridos, dos quais dois graves, segundo o Presidente, Emmanuel Macron.
Redouane Lakdim, 26 anos, sequestrou trabalhadores e clientes num supermercado de Trèbes, afirmando agir em nome do grupo extremista Estado Islâmico. Foi abatido pelas autoridades.