Portugal volta a surpreender e bate Austrália. Mas falha Cup de novo

A seleção nacional de sevens conseguiu esta madrugada, em Tóquio, nova surpresa ao vencer a Austrália (12-10). Mas derrotas diante Nova Zelândia e Escócia colocaram os Lobos no 3.º lugar do seu grupo.
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Uma semana depois de espantar o mundo do râguebi de sete ao empatar 24-24 com os poderosos All Blacks, Portugal voltou a causar nova surpresa logo no jogo inaugural do Tóquio Sevens, 7.ª etapa do circuito mundial, agora diante da seleção australiana, que tem cumprido uma excelente temporada e é a atual 4.ª classificada do circuito - última posição que dá acesso direto aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro do próximo ano -, ao vencer por 12-10 naquela que foi apenas a quarta vez que os Lobos bateram os Wallabies em 22 duelos na sua história de confrontos. E a primeira em seis anos, depois da meia-final da Plate, em Londres, em maio de 2009!

Num estádio Prince Chichibu Memorial muito despido de público e com um ambiente pouco festivo comparando-o com outras etapas, Portugal - que alinhou sem a sua estrela e melhor marcador Adérito Esteves, já regressado ao nosso país lesionado num ombro (e que falta fez!) - começou muito bem, com excelente atitude e fazendo uso exclusivo da posse da bola. E numa 1.ª parte quase de sentido único, conseguiria dois ensaios, ambos por Duarte Moreira (só um deles foi convertido por Carl Murray), para surpreendentes 12-0 ao intervalo.

No 2.º tempo foi a vez da seleção nacional resistir à forte reação australiana, materializada em dois ensaios, mas ambos com a respetiva conversão falhada. E ao contrário de tantas outras ocasiões, os jogadores portugueses mantiveram a compostura, nunca se desorganizaram e acabaram por vencer com muito suor e inteira justiça.

Na partida seguinte os bem-avisados All Blacks não deram qualquer hipótese à seleção que os travara há oito dias de voltar a fazer uma gracinha. E com dois ensaios no 1.º tempo (14-0) e mais dois no 2.º, chegaram facilmente a 26-0. Sem posse de bola os Lobos limitaram-se a defender e a ver jogar, até que no derradeiro lance do encontro o estreante Francisco Sousa fez o ensaio de honra, para os definitivos 26-7.

No último jogo do dia - e num grupo curiosamente igual ao da etapa anterior e com a mesma ordem de partidas - Portugal defrontou a Escócia e voltou a sair derrotada, como em Hong Kong. Logo aos 25 segundos Fraser Lyle escapou-se pela lateral para fazer os 7-0. Em cima do intervalo o capitão Diogo Mateus fez-se expulsar por 2 minutos numa conduta anti-desportiva sem qualquer nexo. Mas na sequência do lance, Nuno Sousa Guedes faria o impossível: após demolidora troca de pés e num autêntico passe de mágica, conseguiria o ensaio que, transformado por si próprio, levaria o jogo em igualdade para o descanso

Mas na 2.ª parte e em apenas um minuto (!), os escoceses capitalizariam o homem a mais e marcariam por duas vezes, ambas por intermédio de Damien Hoyland, fazendo inatingíveis 17-7. No cair do pano, excelente lance individual de José Belo - só assim Portugal resolvia as coisas... - fez os Lobos reduzirem para 17-12, levando Portugal até ao 3.º lugar do seu grupo.

Ma a grande surpresa do 1.º dia na capital nipónica foi precisamente a seleção da casa, o Japão, último classificado no circuito e que ao quedar-se no 2.º lugar no grupo D conseguiu pela primeira vez atingir a disputa da Cup, o que lhe garantirá, desde já, uma superior pontuação à seleção portuguesa, pelo que os 15 pontos com que os Lobos chegaram a Tóquio vão ser substancialmente reduzidos. Isto a duas etapas (Glasgow e Londres) do final da temporada...

Esta madrugada, pelas 02.14, Portugal vai defrontar os Estados Unidos para os quartos-de final da Bowl. Se ganhar, jogará a seguir com o vencedor do Samoa-Hong Kong nas "meias" da Bowl (06.16) e caso perca frente aos norte-americanos, defrontará então o derrotado desse duelo na meia-final da Shield (05.32), o último troféu das etapas do circuito mundial.

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