"'Portugal vive a quinta pior crise em 150 anos'", disse Jair Bolsonaro, segurando uma página de uma edição de fevereiro do jornal Expresso, durante a live semanal que dirige das suas redes sociais aos seus apoiantes.."Tem uma menina de Juíz de Fora (a mesma cidade de Minas Gerais onde sofreu atentado à faca), que está em Portugal, que tem mandado uns vídeos para mim, acho que ela se chama Liz, em supermercados, em postos de gasolina, mostrando como está a situação critica lá em Portugal também", acrescentou o presidente do Brasil. Antes e depois, Bolsonaro apresentou recortes da imprensa da Alemanha, da Grã-Bretanha e da Índia - o objetivo era demonstrar que "essa crise é no mundo todo, não é só no Brasil"..Minutos antes, Bolsonaro havia dito que o Brasil vai sofrer crise de abastecimento. "Por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes, já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar, a cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil, vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem"..A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerada a inflação oficial do país, acelerou de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (8 de outubro) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi a maior taxa para meses de setembro desde o início do Plano Real, em 1994, quando o índice foi de 1,53%..Com o resultado, a inflação no acumulado em 12 meses chegou a 10,25%, o que não ocorria há mais de cinco anos. Trata-se também da maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%..Segundo Ricardo Kertzman, colunista da revista Isto É, o "custo Bolsonaro" gerou a maior crise económica do Brasil. "Temos mais de 15 milhões de desempregados (recorde!), o menor consumo de carne vermelha em 26 anos, o maior número de famintos (19 milhões) e de pessoas em situação de risco alimentar grave (45 milhões) ou com algum tipo de risco alimentar (105 milhões). Esses números são inéditos!"."Tudo isso é causado pela conjunção desastrosa de inflação alta, economia fraca e desemprego extremo. E, em boa parte, a culpa é exclusiva de um sádico homicida psicopata, leia-se, Jair Bolsonaro", completa o colunista.