Portugal vence medalha de bronze nos Europeus de cross feminino
Portugal conquistou este domingo a medalha de bronze em seniores femininos nos Europeus de corta-mato, que decorreram no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Este resultado foi alcançado apesar de ter apresentado uma equipa de apenas três elementos.
Dulce Félix foi oitava classificada, Salomé Rocha, 10.ª, e Susana Francisco, 25.ª, totalizando 43 pontos, que permitiram fechar um pódio em que também ficaram a Grã-Bretanha, primeira com 26, e a Irlanda, segunda, com 41.
Inicialmente, Portugal tinha selecionadas seis atletas, mas desse grupo de elite só Dulce Félix e Salomé Rocha aceitaram o convite. As outras, por planificação da época ou lesão, acabaram por ficar de fora, o que abriu lugar a Susana Francisco, a melhor na prova de observação, realizada há duas semanas.
Aos 37 anos, e já com quatro medalhas individuais no palmarés, Dulce Félix ainda mostra garra para ser oitava, em 28.09 minutos, enquanto Salomé Rocha, dois lugares atrás, gastou 28.13.
Susana Francisco, com 29.08 minutos, foi 25.ª e cumpriu na perfeição a missão de fechar a equipa, com 43 pontos, menos 10 que a Turquia, da campeã individual Yasemin Can.
Sem oposição de relevo na corrida, Can conseguiu um inédito quarto triunfo consecutivo em femininos, em 26.52 minutos, 15 segundos à frente de Karolin Bjerkeli Grovdal, norueguesa de 29 anos que também tem fortes razões para sorrir, já que chega à prata após quatro medalhas de bronze. No terceiro lugar, com 27.43 minutos, entrou a sueca Samrawit Mengsteab.
Dulce Félix estava feliz com o resultado alcançado neste prova, apesar de todas as contrariedades. "Creio que tivemos um desempenho positivo. Por sermos só três, só nos é que acreditávamos na medalha coletiva e estamos todas de parabéns", disse a atleta portuguesa, campeã europeia em 2010.
"Há muito tempo que não ganhávamos uma medalha coletiva de seniores e hoje saímos daqui com esse prémio. É bom dar aos portugueses essa alegria", disse a atleta, que não competia nesta prova há seis anos. "Estou afastada destes europeus há seis anos e voltar com uma medalha coletiva faz-me sair daqui super feliz. Foi uma prova muito dura. Foi partir à morte e acabar a morrer. Dei tudo o que tinha no terreno e nunca baixei os braços. Gostava de uma medalha, mas não posso desvalorizar o meu oitavo lugar, porque os anos vão passando e cada vez é mais difícil", reconheceu.
A atleta do Benfica avançou ainda que centra agora atenções nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, para os quais procura ainda alcançar os mínimos "provavelmente para a maratona".