Covid-19. Número de pessoas internadas desce há quatro dias

O país tem 4146 novos casos de coronavírus e mais 65 mortes. Há agora 70178 pessoas com o vírus, mais 1488 do que na véspera.
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Na véspera de Natal foram identificados mais 4146 casos de covid-19 e mais 65 pessoas morreram devido à doença em Portugal, informou a Direção-Geral da Saúde através do boletim epidemiológico.

O número de doentes internados continua a curva descendente iniciada no dia 22, depois de no dia anterior ter chegado aos 3158: há agora 2754, menos 99 do que na véspera, e menos 404 do que dia 21. Entre os pacientes internados, 504 estão nas unidades de cuidados intensivos (menos 1).

Há agora mais 2593 pessoas recuperadas da covid-19, num total de 315 126, e 70178 pessoas com o novo coronavírus, mais 1488 do que na véspera.

O número de óbitos, 65, representa uma descida em relação aos dois dias anteriores, onde se registaram 70 e 89 mortes.

No que respeita à distribuição regional do boletim, as tendências mantêm-se, embora se registe uma aproximação do número de novas transmissões de Lisboa e Vale do Tejo (1463) ao Norte (1697), bem como de mortes, 23 e 29 respetivamente. Nas regiões mais afetadas, segue-se o Centro (620 casos e 10 mortes), Alentejo (201 casos e 3 mortes), Algarve (125), Açores (29) e Madeira (11).

Registe-se ainda que o número de contactos em vigilância pelo SNS, 90093, continua em ascensão.

Numa altura em que o mundo reagiu com preocupação às novas variantes do novo coronavírus, encontradas no Reino Unido e na África do Sul, o ministro da Saúde da sul-africano, Zweli Mkhize, criticou as declarações do homólogo britânico, afirmando não existirem provas de que a variante sul-africana de covid-19 esteja na origem da segunda vaga de infeções no Reino Unido.

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, alegou na quarta-feira que uma nova variante do coronavírus foi detetada no Reino Unido, tendo sido descoberta pela primeira vez na África do Sul, impondo "imediatamente" restrições às chegadas da África do Sul devido à nova mutação por ser "mais contagiosa".

"As suas declarações [do ministro Matt Hancock] criaram a perceção de que a variante na África do Sul foi um fator importante na segunda vaga no Reino Unido e isso não está correto", refere o ministro da Saúde da África do Sul, em comunicado.

Os Estados Unidos foi o mais recente país a impor restrições aos passageiros britânicos face à descoberta da nova estirpe mais contagiosa. A partir de segunda-feira todos os passageiros oriundos do Reino Unido serão obrigados a apresentar um teste negativo de covid-19 antes de embarcar, anunciaram as autoridades dos Estados Unidos.

A notícia da nova variante, que é considerada mais contagiosa, levou países de todo o mundo a fechar as fronteiras para os viajantes do Reino Unido.

Na mensagem de Natal do Papa houve um apelo para que haja vacinas para todos, "especialmente para os mais vulneráveis", e rezou para que os nacionalismos fechados, o individualismo e a lei de mercado não impeçam que todos sejam vacinados. Devido às medidas impostas de combate à pandemia, Francisco trasnmitiu a mensagem este ano dentro da basílica de São Pedro, sem a presença de fiéis.

A corrida à vacinação teve novos desenvolvimentos, com a Turquia a anunciar que que receberá em breve da China as primeiras doses da vacina CoronaVac contra a covid-19, cuja eficácia preliminar supera 90%.

As autoridades turcas asseguram ter comprovado uma eficácia de 91,25% em resultados preliminares dos testes com a CoronaVac, antes dos ensaios de fase 3 com 7371 voluntários, que ainda estão a decorrer no país.

Apesar da falta de resultados oficiais, bem como de estudos publicados pelo laboratório chinês, que geraram críticas sobre a falta de transparência, as autoridades turcas foram categóricas. "Estamos convencidos agora de que esta vacina é eficaz e segura para a população turca", disse o ministro da Saúde da Turquia, Fahrettin Koca.

A Turquia vai receber inicialmente três milhões de doses da CoronaVac, enviadas pela Sinovac, e terá a opção de encomendar mais 50 milhões.

No Brasil, o Instituto Butantan já tinha assegurado na quarta-feira que os testes de fase 3 com a CoronaVac, que desenvolve em parceria com o laboratório chinês Sinovac, foram satisfatórios e que espera começar a aplicar a vacina em janeiro, mas não deu pormenores sobre os estudos.

O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que nos testes a vacina "não atingiu 90% [de eficácia]", mas o resultado não compromete o plano de vacinação. "Mesmo não tendo atingido isso, esses valores menores, acima de 50% - não sabemos o quanto acima de 50%, se foi 60%, 70% ou 80% -, estão em níveis que nos permitem fazer uma redução do impacto da doença na nossa população", disse Gorinchteyn.

"Para se ter uma ideia, a vacina da gripe tem uma variação, dependendo de cada uma das faixas etárias, de proteção, que vai de 40% até 80% em determinados grupos. Então, nós sabíamos que a efetividade jamais atingiria 90%", argumentou.

A vacinação contra a covid-19 começou na véspera de Natal em três países latino-americanos. No México, que recebeu nesta quarta-feira as primeiras 3.000 doses da vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, a campanha começou com uma enfermeira de 59 anos. "Estou um pouco nervosa, mas muito feliz. É o melhor presente que podia receber em 2020, dá-me mais segurança e mais ânimo para continuar a guerra contra um inimigo invisível", disse Maria Irene Ramírez, antes de ser vacinada.

As primeiras pessoas a receberem a vacina são pessoas que trabalham em unidades para a covid-19, de médicos a funcionários de limpeza. Com 120 mil mortes pela covid-19, este país de 129 milhões de habitantes é o quarto com mais óbitos na pandemia, depois de Estados Unidos, Brasil e Índia.

O Chile recebeu na quinta-feira as primeiras 10 mil doses da vacina da Pfizer-BioNTech e começou a administrá-las no mesmo dia. A primeira pessoa vacinada foi uma auxiliar de enfermagem de 46 anos, Zulema Riquelme. "Estou muito emocionada, nervosa; são múltiplas emoções", disse antes de ser vacinada.

A Costa Rica, onde chegaram na quarta-feira as primeiras 9750 doses da vacina da Pfizer e da BioNTech, começou a campanha de vacinação com dois residentes de um lar de idosos: Elizabeth, de 91 anos, e Jorge, de 72. "Estou muito agradecida a Deus porque pedi muito a Ele. A minha vida é muito importante para mim, aproveitem todos os momentos", disse Elizabeth. "Que todos se vacinem. Não doeu", garantiu Jorge.

A Argentina, por sua vez, recebeu na quinta uma carga de 300 mil doses da vacina russa Sputnik V, o que permitirá ao país iniciar em breve sua campanha de vacinação.
A Sputnik V foi aprovada "com caráter de emergência" na quarta-feira pelo Ministério da Saúde argentino. Trata-se da primeira autorização concedida a esta vacina na América Latina.

Na quinta-feira, foram registadas 12667 novas mortes e 692 731 novos casos de infeção em todo o mundo.

A pandemia matou pelo menos 1 743 187 pessoas desde que a OMS relatou o início da doença em dezembro de 2019 na China, segundo o levantamento da agência de notícias AFP hoje às 11.00.

Mais de 79 313 380 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 50 154 100 pessoas já foram consideradas curadas, no dia em que a Europa ultrapassou os 25 milhões de casos de infeção.

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