Número mais baixo de novas infeções em dois meses

Número de mortes é o mais baixo em cinco semanas. Internamentos voltam a subir.
Publicado a
Atualizado a

Registaram-se mais 2099 casos de covid-19 e 57 mortes associadas nas últimas 24 horas em Portugal, indica o relatório da situação epidemiológica da Direção-Geral da Saúde. Há cinco semanas que não se registava um número de óbitos tão baixo, 55 no dia 14 de novembro. Quanto a novas infeções é preciso recuar a 20 de outubro, quando os dados oficiais anotaram 1885 transmissões.

Em contrapartida, o número de pessoas internadas volta a subir, agora com 3158 hospitalizados e 502 doentes em unidades de cuidados intensivos.

Há agora um total de 6191 mortes relacionadas com covid-19 num total de 376 220 casos. Entre estes, 70 426 estão ativos, uma diminuição de 328 face ao dia anterior.

O número de novos casos baixou consideravelmente no Norte, de 1505 no dia anterior, para 858. A descida em Lisboa e Vale do Tejo não é tão acentuada, de 979 novos casos no boletim de dia 20 para 711 no de hoje. Centro (352), Alentejo (105), Algarve (34) e Madeira (16) registam também uma descida de novos casos em relação à véspera. A exceção é a região autónoma dos Açores, que regista 23 casos, e na véspera tinha adicionado 7.

Morreram 28 pessoas no Norte, 17 em Lisboa e Vale do Tejo num dia em que o Algarve e os Açores não registaram qualquer óbito.

A semana anterior acumulou 25 377 casos novos, menos 893 do que na semana anterior. É uma média diária de 3625 casos novos, face aos 3753 da semana passada.

Também o número de mortos semanal desceu. Na semana de 13 a 20 de dezembro foram registados 575, menos 21 do que na semana anterior. É uma média de 82 por dia contra 85 na semana passada.

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que apresenta mutações numa das proteínas do vírus. O ministro da Saúde Matt Hancock disse inclusivamente que o vírus "parece estar fora de controlo".

Segundo os cientistas britânicos, a nova estirpe parece ser responsável pelo aumento preocupante das infeções em Londres e em vários condados do sudeste e leste da Inglaterra, tendo obrigado a confinar mais de 20 milhões de pessoas.

A DGS considerou a nova variante do coronavírus que provoca a doença a covid-19, detetada no sul do Reino Unido, como uma "ocorrência esperada" e que não é "motivo de preocupação por si só", além de esclarecer que não existem informações que indiquem que as vacinas não funcionem nesta estirpe.

"As vacinas demonstraram ser capazes de induzir a produção de anticorpos protetores nos seres humanos contra várias regiões da espícula do vírus, pelo que, com base na opinião dos peritos do Reino Unido, não existem dados que sugiram a perda de eficácia das vacinas nesta nova variante", explica a DGS.

Os governos dos países da União Europeia estão reunidos hoje, em videoconferência, para coordenar respostas à nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido, numa reunião de emergência convocada pela presidência alemã do Conselho.

Diversos países europeus, incluindo Países Baixos, Bélgica, Itália e Alemanha, suspenderam voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido, ao que outros países sul-americanos se seguiram.

O governo português não optou por cancelar as ligações, mas passou a restringir a chegada de passageiros oriundos do Reino Unido a cidadãos nacionais ou a cidadãos residentes em Portugal.

Estas restrições vão ter um "grande" impacto no turismo da Madeira, tendo em conta os milhares de visitantes previstos no Natal e Fim do Ano, disse hoje o secretário regional do turismo. Em declarações à agência Lusa, Eduardo Jesus explicou que durante todo o mês de dezembro estava prevista a chegada ao arquipélago de 21 300 visitantes provenientes do Reino Unido, através das várias companhias aéreas que servem esta rota, pelo que, "naturalmente, o impacto será muito grande no Natal e no Fim de Ano".

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou hoje o uso na União Europeia da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19. "Esta é realmente uma conquista científica histórica. Em menos de um ano, uma vacina foi desenvolvida e autorizada contra uma nova doença", congratulou-se Emer Cooke, diretora-executiva da EMA.

Por cá, os profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central serão os primeiros a ser vacinados contra a covid-19 a partir de dia 27, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.

A reunião da EMA foi antecipada depois de estar inicialmente agendada para 29 de dezembro. A entidade que regula a aprovação de medicamentos na União Europeia justificou esta antecipação da reunião por ter recebido dos laboratórios farmacêuticos informação adicional sobre a vacina.

A antecipação da data da reunião para hoje surge, contudo, depois de o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, ter pressionado o regulador europeu a acelerar a aprovação do fármaco.

A agência com sede em Amesterdão tinha agendado uma reunião para discutir a vacina da farmacêutica Moderna para 12 de janeiro, mas a reunião foi antecipada para 6 de janeiro. A decisão surgiu depois de a Moderna ter enviado o último pacote de dados sobre a vacina para que a agência a avalie, disse a EMA.

Enquanto isso, nos Estados Unidos começou a distribuição da vacina da Moderna. O país continua a ser o mais atingido pelo novo coronavírus: nas últimas 24 horas registaram-se mais 1591 mortos e 189 184 infetados, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

O país contabiliza agora 17 820 477 casos e 317 597 óbitos por covid-19 desde o início da pandemia.

A Rússia registou esta segunda-feira um recorde diário de novos casos de infeções. Quarto país do mundo mais afetado pela pandemia, a Rússia reportou 29 350 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o que eleva o total para 2,87 milhões de infeções. O número oficial de mortes no país é agora de 51 351, dos quais 493 foram registados nas últimas 24 horas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt