Portugal recebe Bélgica no seu regresso ao Championship

Quatro anos depois, a seleção nacional está de volta ao mais alto patamar do râguebi europeu. A estreia será amanhã, sábado, no Universitário de Lisboa, diante do quinze belga, e logo diante daquele que é o maior adversário dos Lobos na luta pela permanência.
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Depois de três épocas a disputar o European Trophy (3.º escalão do râguebi europeu), nas quais somou 15 vitórias noutros tantas partidas evidenciando uma grande superioridade sobre os demais adversários - nos dois primeiros anos perdeu os jogos de "play-off" de subida diante de belgas e alemães, vencendo por fim no ano passado a Alemanha, o que lhe garantiu o desejado retorno ao mais alto patamar do râguebi do velho continente de onde saiu em 2016 - a seleção nacional está de regresso ao Rugby Europe Championship, estreando-se diante da Bélgica, no Estádio Universitário de Lisboa (15.00, em direto na Sport TV3).

Depois da digressão à América do Sul em novembro, marcada por derrota no Brasil (24-26) e triunfo no Chile (23-18), está será a estreia do novo selecionador nacional, o francês Patrice Lagisquet, em partidas oficiais e naquele que, pelo menos teoricamente, será logo o mais importante duelo dos Lobos na prova deste ano. Face ao valor de seleções como Geórgia, Roménia, Rússia e Espanha - equipas que Portugal não defronta há quatro anos e com outro andamento e recursos financeiros - os "diables noirs" serão, no papel, o quinze mais acessível, ainda por cima recebendo-os em casa. E todos reconhecem que um triunfo amanhã será mais de meio caminho andado para carimbar a permanência nacional entre a elite do râguebi europeu (descontando as Seis Nações...).


Para Lagisquet, este jogo marca o início de um ciclo com vista a tentar a qualificação para o próximo Mundial de 2023, em França. "É importante começar a jogar em casa" realça o técnico de 57 anos e internacional francês em 46 ocasiões, finalista derrotado no Mundial de 1987 e vencedor do Cinco Nações em 1988 e 1989. "Portugal vai este ano jogar a um nível a que não estava habituado, mas queremos ser competitivos. Os nossos três-quartos são rápidos e gostam de criar e atacar bem os espaços. Mas os avançados não são tão fortes como eu gostaria e como se viu nas dificuldades que encontrámos perante Brasil e Chile. Ora é preciso termos jogadores poderosos a este nível".


A seleção nacional alinhará com quatro jogadores que jogam em clubes franceses, dois em Espanha e ainda um em Inglaterra, mas para Lagisquet são necessários mais reforços. "Não foi possível trazer, desta vez, um conjunto de atletas não dispensados pelos seus clubes franceses, mas espero que para o encontro com a Roménia, no próximo sábado, já tenhamos mais alternativas que darão peso e experiência como pretendemos ao pack avançado", adiantou.

Quanto à importância do encontro o selecionador nacional não pretende fazer deste um jogo "de vida ou de morte": "A equipa é muito nova e não quero pôr-lhes em cima toda essa pressão dando importância máxima ao jogo. Ou seja, uma eventual derrota não deita tudo a perder e não sentencia Portugal ao último lugar pois ainda haverá mais quatro partidas. Mas acredito que vamos vencer", diz confiante e contente com o lote de atletas que encontrou, pois "a equipa tem grande potencial".

Pena que, face à sua exigência de realizar treinos a meio do dia - e não ao fim da noite como era uso e costume - vários habituais convocados tenham sido obrigados a abdicar da seleção devido a compromissos laborais e estudantis...
Para o capitão Tomás Appleton estas mudanças "fizeram-nos perceber o que está em jogo e que sacrifícios temos que fazer. Quem quer estar aqui tem que abdicar de muita coisa", para concluir: "representar a seleção nacional também é isto e se for esse o preço a pagar, a longo prazo tenho a certeza que vamos ter sucesso."

A seleção belga, treinada há seis anos pelo francês Guillaume Ajac - quarta temporada no Championship, não esqueçamos - tem no "pack" avançado a sua arma preferencial e refira-se que entre os 23 convocados para o jogo de amanhã 16 alinham em clubes franceses. Mas quatro habituais titulares também não foram libertados pelos respetivos clubes franceses.

Nos anteriores 14 duelos os Lobos averbaram nove triunfos, dois empates e apenas três derrotas (1987, 1994 e mais recentemente em 2017, em Bruxelas, na partida que manteve os Lobos no Trophy).

A seleção sofreu esta manhã uma baixa significativa, com o médio de abertura Jerónimo Portela a ser obrigado a deixar o estágio com um problema num tímpano, o que levou à chamada de urgência Jorge Abecasis (CDUL).

Portugal vai alinhar de início com: Manuel Cardoso Pinto; Danny Antunes, António Vidinha, Tomás Appleton (cap.), José Maria Vareta; João Lima, João Belo; Thibault de Freitas, David Wallis, João Granate, José Maria Rebelo de Andrade, José Madeira, Diogo Hasse Ferreira, Lionel Campergue e Ivo Morais.

No banco estarão as opções Francisco Bruno, Rodrigo Bento, Duarte Torgal, Manuel Picão, Duarte Azevedo, Jorge Abecasis, João Freudenthal e João Vasco Corte-Real.

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