Portugal quer rotulagem de origem obrigatória no leite

O ministro da Agricultura defendeu hoje que a rotulagem da origem do leite deve ser obrigatória e iria ajudar os produtores nacionais, dando os consumidores a opção de escolher um produto português.
Publicado a
Atualizado a

No dia em que a Associação de Produtores de Leite e Carne (APLC) promoveu uma pouca participada concentração frente ao Parlamento, para exigir respostas ao ministro, António Serrano salientou que o governo está a tomar várias medidas para ajudar o sector a sair da crise e defendeu a necessidade da rotulagem de origem. "Queremos obrigar à rotulagem na origem", afirmou o ministro, que hoje participou num debate parlamentar, salientando, no entanto que a medida depende de decisões que estão a ser tomadas a nível comunitário. A questão tem estado a ser discutida pelo Grupo de Alto Nível da UE sobre o setor lácteo, mas não reúne consenso entre os estados-membros.

António Serrano admite que possa haver uma decisão europeua entre maio e junho, o que permitiria a Portugal aplicar a rotulagem a partir dessa altura, facilitando a opção dos consumidores por produtos nacionais. O ministro, que hoje foi acusado pelos deputados de não estar a tomar medidas para resolver os problemas do setor do leite, adiantou que o governo vai reforçar os indicadores de monitorização que avaliam a evolução do setor para garantir mais transparência nos preços. "Identificámos que era necessário reforçar os indicadores de monitorização do setor para garantir a transparência das margens e dos preços entre cada um dos responsáveis", afirmou, acrescentando que o trabalho está a ser desenvolvido pelo ministério da Agricultura juntamente com representantes da produção, indústria e distribuição e deve ser apresentado em abril.

As questões contratuais também estão a ser tratadas. António Serrano avançou que pretende criar um contrato-tipo para normalizar as relações entre os vários intervenientes da fileira e que estes estarão pestes a assinar um código de boas práticas comerciais. O responsável pela pasta da Agricultura lembrou que o governo não pode intervir diretamente sobre os preços, mas pode "influenciar" as relações entre os parceiros e "pressionar os atores da cadeia para chegarem a um acordo". "A minha preocupação foi juntar as cooperativas com a indústria e a distribuição. Há uma mesa negocial entre quem compra e quem vende", declarou. Questionado sobre os protestos dos produtores, António Serrano considerou que "fazem sentido", frisando que "quanto mais pressão há sobre os intervenientes, mais resultados se podem alcançar".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt