"Portugal precisa de confiar mais em si e nas novas cabeças nacionais"
Como foi interpretar estas seis mulheres?
Foi absolutamente incrível. Enquanto atriz, ao longo da vida terei de interpretar várias mulheres e ter a oportunidade de fazer isso num só dia, nesta campanha, foi super exigente e muito divertido. Tive uma equipa fantástica à volta que me ajudou muito.
Qual foi a que gostou mais de fazer?
Não posso dizer que houve uma que tenha gostado mais, mas se calhar a Betty Page, por ser muito diferente de mim, a Rihanna também, todas tinham coisas que eu não tenho. E no fundo a junção de todas sou eu.
Qual é a diferença entre fotografar e representar?
Há uma diferença, mas não é assim tão grande, porque em ambas as representações tenho de encarnar uma personagem. A diferença é que uma é em movimento e a outra é mais estática, mas a energia da personagem tem de estar lá.
E que mulher é a Victoria?
Sou as seis da campanha todas juntas.
O que é que tem de cada uma delas?
Tenho a força de cada uma, o romantismo de uma delas, a sensualidade de outra, a maluqueira, tudo junto. Depois há dias em que sou mais uma coisa e dias em que sou mais outra.
Essa mudança de personalidade tem que ver com ser atriz e estar sempre a interpretar personagens diferentes?
Acho que todas as pessoas são assim. O mundo obriga-nos a ser uma só coisa mas não somos, há dias em que acordamos diferentes.
O mundo seria melhor se não nos obrigasse a ser sempre a mesma coisa?
Penso que sim, porque todos temos coisas diferentes dentro de nós. Nuns dias há espaço para as deitar cá para fora e noutros dias nem tanto.
É muito importante valorizar o cinema português, a produção, tal como o calçado e a moda nacionais?
É importantíssimo. O calçado português está a crescer, chega a cada vez mais países, tal como o cinema nacional. Estive agora no Festival de Berlim e Portugal era o segundo país no ranking com mais filmes.
Privilegia o design português?
Privilegio o que é bom, independentemente da nacionalidade. Sendo portuguesa, como é natural, vou estar mais atenta ao que é feito no país e é normal ter um favorito português.
Qual é o seu favorito?
Não tenho neste momento, mas acho que está a ser feito um trabalho fantástico. Temos novos criadores que estão a fazer trabalhos muito interessantes. Tem de haver cada vez mais espaço para não estagnarmos, é importante haver novas ideias, cabeças novas, novos pensamentos.
Portugal precisa de ideias novas?
Portugal precisa de confiar mais em si e nas novas cabeças portuguesas.